Faça sinal a ‘quem sabe que direitos humanos não é defender bandido’, disse tucana a Bolsonaro
Fale com eles Um dos discursos que levaram Jair Bolsonaro a estudar manter o Ministério dos Direitos Humanos foi feito pela senadora eleita Mara Gabrilli (PSDB-SP), na visita da bancada feminina ao futuro presidente, nesta quarta (28). Direta, ela disse que “uma parcela do país está assustada” com a ascensão dele ao poder e pediu um gesto. Preservar a pasta, explicitou, seria um sinal a quem “sabe que direitos humanos não é defender bandido, e sim valorizar os mais vulneráveis, os que mais precisam do governo”.
Dizer o óbvio A fala de Mara contraria um dos mantras de apoiadores de Bolsonaro, que veem viés ideológico na defesa dos direitos humanos. No dia anterior à reunião com as parlamentares eleitas, ele havia dito que uma pasta em sua gestão abarcaria “tudo isso aí: mulher, igualdade racial…”.
Para todos A previsão era a de que políticas públicas voltadas a minorias fossem concentradas no recém-anunciado Ministério da Cidadania. Na conversa com o presidente eleito, Gabrilli disse que ele não poderia deixar de olhar para as mulheres, as pessoas com deficiência, as que têm doenças raras e os negros.
Com causa Deputada federal prestes a assumir uma vaga no Senado, Gabrilli é tetraplégica.
Relacionamento em crise O senador Magno Malta (PR-ES), que chegou a anunciar que seria ministro, passou a ser criticado por Jair Bolsonaro. A amigos, o presidente eleito tem reclamado do comportamento do outrora aliado de primeiríssima linha.
Raio-x Há pouco mais de uma semana, auxiliares de Bolsonaro começaram a mapear o corpo técnico do governo Michel Temer para identificar nomes que poderiam ser mantidos na nova gestão. Desde então, o presidente eleito tem acolhido integrantes da equipe do emedebista.
Dia do fico Nesse contexto, é forte a expectativa no Planalto de que o atual secretário especial do Programa de Parcerias e Investimentos, Adalberto Vasconcelos, permaneça na estrutura sob o comando do general Santos Cruz.
Dia do fico 2 O atual ministro do Planejamento, Esteves Colnago, por sua vez, é cotado para a secretaria-executiva de Paulo Guedes, que vai chefiar a Economia.
Otimista Em evento do Instituto de Direito Público (IDP), o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse que o Brasil pode crescer até 3,5% nos próximos anos a depender da profundidade da reforma da Previdência e das medidas para melhorar a produtividade que forem adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro.
O inferno são os outros “Está tudo preparado para dar certo. Mas precisa colocar para votar”, concluiu Meirelles.
Salvação da lavoura Alvo do interesse deste e do próximo governo, o projeto da cessão onerosa está no centro de nova rodada de negociações. O Planalto, que já admite incluir estados e municípios no Fundo Social do pré-sal, tenta acordo em cima de partilha de dinheiro para gastos sociais, como saúde e educação.
Para todo os gostos Na reunião com Jair Bolsonaro, na terça (27), a bancada evangélica sugeriu um nome para o comando do Ministério de Minas e Energia: Leonardo Quintão (MDB-MG).
Menos um O ex-presidente do ICMBio Ricardo Soavinski deve assumir a empresa de saneamento de Goiás, a convite do governador eleito, Ronaldo Caiado (DEM). Até então, ele era cotado para o Ministério do Meio Ambiente.
Restam dois O ex-tucano Xico Graziano e o ex-secretário do Meio Ambiente de SP Ricardo Salles seguem na disputa pela chefia do MMA.
Visita à Folha Mario Jorge Tsuchiya, diretor-presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), visitou a Folha nesta quarta (28). Estava acompanhado de Edoardo Filippo de Queiroz Vattimo, coordenador do departamento de comunicação, e Luciene Soares, assessora de imprensa.
TIROTEIO
As Forças negam participar do governo, mas indicações de militares, somadas às de réus e às boçalidades ditas vão desgastá-las
Do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), sobre a presença ostensiva de integrantes das Forças Armadas no ministério de Jair Bolsonaro