Nome escolhido para o MEC, que não foi consenso nem entre bolsonaristas, preocupa acadêmicos
Zero unanimidade O colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, escolhido por Jair Bolsonaro para comandar a Educação, não foi consenso nem na equipe de transição do novo governo. No meio acadêmico, assim que a indicação foi anunciada pelo presidente eleito, houve preocupação com o forte componente ideológico que permeia publicações dele. Como mostrou o Painel nesta quinta (22), Vélez já defendeu até que escolas tivessem “Conselhos de Ética que zelassem pela reta educação moral dos alunos”.
Minha tese “Não se trata de comitês de moralismo, nem de juntas de censura”, disse Vélez sobre os tais conselhos. “Trata-se de institucionalizar a reflexão sobre (…) a forma que cada escola está correspondendo a essa exigência”.
Toque de midas Vélez foi indicado para o posto pelo filósofo Olavo de Carvalho, assim como o escolhido para Relações Exteriores, Ernesto Araújo. As coincidências não param por aí. O colombiano segue o colega nas críticas ao “globalismo”.
Oops O futuro chefe do MEC fez severas críticas a integrantes do STF em seu blog. Ao comentar a libertação de José Dirceu (PT), disse que “os juízes togados do Supremo não podem, com as suas decisões esdrúxulas de soltura indiscriminada de meliantes condenados, espalhar a insegurança jurídica que hoje campeia”.
Dos nossos Bolsonaristas disseram que o arquivo com o currículo de Vélez veio anexado a uma música: o hino da Independência do Brasil.
Troque tudo Diante dos sinais de que a nova gestão pretende manter Jorge Rachid no comando da Receita, auditores fiscais lançaram uma petição pública nas redes pregando a total renovação dos quadros da cúpula do órgão.
Queda de braço O fortalecimento do nome de Jorge Oliveira para a subchefia de assuntos Jurídicos da Casa Civil foi vista como uma vitória do núcleo familiar do presidente eleito, que disputa poder com Gustavo Bebianno, futuro secretário-geral da Presidência. Oliveira é chefe de gabinete de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Queda de braço 2 Bebianno, um dos mais poderosos aliados de Bolsonaro, queria indicar um advogado do escritório de Sergio Bermudes, no qual ele já trabalhou, para o posto.
Blindado Pessoas que participam da organização da posse de Bolsonaro dizem que está previsto um contingente total de 10 mil a 12 mil homens das Forças Armadas, Polícias Federal, Civil e Militar, dos Bombeiros e do departamento de trânsito do DF.
Blindado 2 Os números assustaram profissionais que atuaram em outras posses. Em 2015, na de Dilma Rousseff, o efetivo foi de 4.000. Procurado, o Gabinete de Segurança Institucional informou que, para preservar a operação, não confirmaria números.
Unidos Interlocutores do atual e do próximo governo somaram esforços para pressionar o Senado a aprovar a cessão onerosa, que pode render R$ 100 bilhões à União, sem emendas. Aécio Neves (PSDB-MG), autor de proposta que destina 20% desse montante a estados e municípios, impôs condições.
Vai na frente O mineiro avisou que só retira a emenda do texto da cessão onerosa se o governo aprovar na Câmara projeto incluindo estados e municípios não produtores de petróleo no Fundo Social do pré-sal, criado para destinar recursos à saúde e educação.
Fresta Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que vai assumir a Casa Civil no governo Bolsonaro, sinalizou que planeja fazer uma rodada de conversas com presidentes de partidos.
Visitas à Folha Sérgio Sá Leitão, ministro da Cultura, visitou a Folha nesta quinta (22). Estava acompanhado de Giselle Garcia, chefe da assessoria de comunicação.
Luciano Coutinho, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp e ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), visitou a Folha nesta quinta.
TIROTEIO
Uma lástima que Mozart, que poderia ser o melhor ministro do novo governo, seja atacado por motivações ideológicas
De Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação, sobre a reação de evangélicos às indicações de que Mozart Ramos assumiria a área