Ministro mantido por Bolsonaro na CGU vira alvo de ofensiva do Tribunal de Contas

Desmancha-prazeres No mesmo dia em que foi informado de que seria mantido à frente da CGU, o ministro Wagner Rosário virou alvo de uma ofensiva do Tribunal de Contas da União. Técnicos da corte fizeram representação contra ele e contra a advogada-geral da União, Grace Mendonça, acusando-os de obstruir o acesso a termos de negociação e celebração de acordos de leniência conduzidos pelo governo. O relator do caso, ministro Bruno Dantas, chamou os dois para audiência. Quer explicações.

Todo carnaval tem fim O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou na terça (20) que Rosário continuaria no comando da CGU. No mesmo dia, Dantas autorizou o andamento da representação.

Calma, gente O ministro do TCU, porém, frustrou a área técnica da corte, que havia solicitado medidas mais incisivas contra o chefe da Controladoria e Grace Mendonça.

A sombra Pessoas ligadas a Carlos Bolsonaro, o segundo filho do presidente eleito, dizem que ele estuda há mais de uma semana uma maneira de se manter perto do pai no novo governo. Motivo: evitar influência extrema de auxiliares dos quais ele não gosta, como Gustavo Bebianno, escolhido para a Secretaria-Geral.

A sombra 2 Carlos, que é vereador do Rio pelo PSC, teria ouvido que a única maneira legal de participar formalmente do governo federal seria com uma nomeação de ministro. Nesta quarta (21), Bolsonaro disse ao site O Antagonista que cogita nomear o filho chefe da Secretaria de Comunicação do Planalto.

Pote até aqui de mágoa As informações de que Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, seria convidado para o Ministério da Educação foram a gota d’água que detonou uma torrente de reclamações da Frente Parlamentar Evangélica. Integrantes do grupo tiveram uma reunião tensa com Onyx Lorenzoni, escolhido para a Casa Civil.

#Paz Eles não só reclamaram do perfil de Mozart, considerado um excelente técnico por acadêmicos, como também disseram que Bolsonaro, eleito com o apoio de religiosos, havia relegado os evangélicos após a vitória. Para conter a insatisfação, ficou pré-agendada uma reunião na transição na próxima semana.

Levanta e anda Em encontro nesta quarta (21), governadores do Nordeste pediram a seus aliados no Congresso que trabalhem pela candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) à presidência do Senado.

Só bola segura Renan já tem apoio da maioria do MDB, e de alas do PSDB e do centrão. Quem conhece o emedebista diz que ele só entrará oficialmente na disputa quando tiver garantia de vitória.

Não vai sair ninguém Salvador tinha dois cubanos do Mais Médicos e conseguiu uma proeza: um deles obteve liminar para ficar no país e a outra se casou com um brasileiro.

Cadê os óculos? No encontro com as bancadas do PT da Câmara e do Senado, nesta quarta (21), em Brasília, Fernando Haddad criticou a tentativa de criação de um bloco de oposição a Bolsonaro sem a participação de seu partido. “Frente de esquerda sem o PT ou é miopia ou uma esquerda que não é tão esquerda assim”, disse.

E o seu espelho? A fala do petista foi um recado à articulação encabeçada por Ciro Gomes (PDT). O problema é que uma ala do PC do B, por exemplo, diz que o pedetista está mais alinhado à realidade do que o PT, que seguiria atrelado ao discurso “Lula livre”.

Liquidação A equipe econômica de Bolsonaro já tem um desenho claro do que é possível privatizar não só na Petrobras, mas também no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. Os estudos foram coordenados por Roberto Castello Branco, que assumirá a estatal do petróleo.

Visita à Folha João Amoêdo, um dos fundadores do Partido Novo, visitou a Folha nesta quarta (21), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Tiago Pariz, assessor de imprensa.


TIROTEIO

Se o DEM tivesse vencido a Presidência, não teria nomeado tantos ministros de seu partido quanto Bolsonaro está indicando

De Marcos Pereira, presidente do PRB, sobre três nomes do DEM, sigla de Onyx Lorenzoni, terem sido escalados para o novo governo