Encabeçado por Onyx, núcleo político de Bolsonaro reclama de tese que esvazia Casa Civil
Sentimento de posse A proposta de entregar parte das atribuições da Casa Civil ao vice-presidente, general Hamilton Mourão, não foi bem digerida pelo núcleo político do grupo de Jair Bolsonaro (PSL). Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que vai assumir a pasta em 2019, não teria gostado da ideia de dividir poderes, ainda sob a tese de que, com isso, ele teria espaço para se dedicar apenas à articulação política –a chaga aberta do próximo governo. A insatisfação do democrata foi notada nos gabinetes da transição.
Mais um? Onyx indicou que quer escalar o ex-deputado Abelardo Lupion (DEM) à subchefia da Casa Civil para auxiliá-lo no trato com o Legislativo. O nome, porém, é visto com desconfiança pela ala dos militares. Lupion foi citado em delações da Odebrecht.
Tudo nosso O desenho que desencadeou a insatisfação do futuro chefe da Casa Civil é o que prevê Mourão à frente do gerenciamento de projetos, enquanto Onyx ficaria encarregado apenas das relações com o Congresso.
É ele? Uma das figuras mais próximas a Bolsonaro, o deputado eleito Julian Lemos (PSL-PB) desponta nas bolsas de apostas para assumir a liderança do governo na Câmara. Gustavo Bebianno, ex-presidente do partido, está entre os que o apoiam.
Ele não Seguindo o que parece ser um padrão dos bolsonaristas, Julian também enfrenta resistências internas. Uma ala dos aliados do presidente eleito diz que ele não parece ser a melhor opção por, além de ser parlamentar de primeira viagem, carregar o passivo de acusações de agressões contra a ex-mulher e a irmã.
É comigo? Procurado, Julian disse que desconhece qualquer tratativa em torno de seu nome e classificou sua cotação para líder como “fake news”. “Recebo ordens do presidente, assumo o que ele demandar, mas, como falei, não sei nada sobre isso”, afirmou.
Salve-se quem puder Os desencontros entre os bolsonaristas não poupam nem o filho do presidente eleito, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Atual líder da bancada do partido na Câmara, ele agora ganhou concorrência interna na disputa pela função em 2019. Marcelo Álvaro Antônio (MG) e Joyce Hasselman (SP) são citados como opções para o posto.
Agora vai? Integrantes do grupo de transição, do DEM e também dirigentes de entidades médicas acreditam que o deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) será confirmado nesta terça (20) como o nome de Bolsonaro para o Ministério da Saúde.
Deixa estar A indicação de Mandetta para a pasta foi dada como certa na semana passada, mas arrefeceu após as notícias de que o deputado é investigado por suspeita de ter recebido recursos por meio de caixa 2. Como mais nada apareceu, dizem aliados, ele se segurou na dianteira das preferências para o posto.
Diabo no detalhe A recepção calorosa de investidores ao nome de Roberto Castello Branco para o comando da Petrobras não fez um profundo conhecedor do sistema financeiro e do governo deixar de observar que, em anos, esta é a primeira vez que o chefe da maior estatal do país é anunciado pelo titular da economia, e não pelo presidente.
Diabo no detalhe 2 Para esse observador privilegiado, o rito do convite a Castello Branco comprova a delegação total de poderes a Paulo Guedes, o ministro da economia de Bolsonaro. O problema, ele alerta, é que esta é uma via de mão dupla: quem leva louros pelo sucesso também carrega a culpa pelos erros. Sem chance de compartilhamento.
Mais lá do que cá Amigos do ex-ministro Henrique Meirelles dizem que ele tende a não aceitar convite para chefiar a Fazenda paulista. Meirelles está em conversas com o Lloyds bank, instituição financeira do Reino Unido.
Xerox Dirigentes do PSDB contam que o governador eleito, João Doria (PSDB-SP), estuda repetir mais uma vez Bolsonaro e fundir as pastas de Planejamento e Fazenda.
TIROTEIO
É como diz aquele ditado: a Justiça pode até tardar, mas ela não falha. Finalmente chegou a vez do Haddad
Do senador eleito Major Olímpio (PSL-SP), sobre Fernando Haddad (PT) ter se tornado réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
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