Cade deve homologar 16 acordos com firmas pegas na Lava Jato; multas podem chegar a R$ 800 mi
Martelo batido O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se prepara para apreciar 16 acordos com empresas que foram flagradas em cartel pelas investigações da Lava Jato. Os tratos devem ser fechados na segunda quinzena de novembro. Entre as companhias envolvidas nas negociações estão a OAS, a Carioca Engenharia, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Segundo pessoas familiarizadas com os procedimentos, os pactos devem resultar em cerca de R$ 800 milhões em indenizações.
Timing A previsão é a de que o tribunal do Cade avalie os acordos na sessão do dia 21 de novembro. Assim que eles forem aprovados pelo colegiado, as investigações sobre essas empresas se encerram. Houve uma preocupação do conselho em afastar a definição do período eleitoral. O órgão apura mais de uma dezena de cartéis desvelados pela Lava Jato.
Tente outra vez Entidades que representam advogados articulam uma nova ofensiva para pressionar o Supremo a rever a autorização para prisão após condenação em segunda instância. A proposta será levada ao presidente da corte, ministro Dias Toffoli.
Tente outra vez 2 Os advogados que defendem novo julgamento sobre o tema argumentam que, passadas as eleições, o STF não teria motivos para adiar a retomada da discussão. Toffoli tem dito que só pensa em pautar o debate a partir de março de 2019.
Ideia fixa O assunto sempre desperta polêmica porque o ex-presidente Lula poderia ser beneficiário de uma mudança. Para aliados do petista, a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) e a escolha do juiz Sergio Moro para o superministério da Justiça o deixaram em uma situação ainda pior.
Meio cheio Apesar da reação de parte da bancada ruralista, que é contra a medida, aliados de Bolsonaro receberam sinais do agronegócio de que a ideia da fundir o Ministério da Agricultura ao do Meio Ambiente não deve ser abandonada. Tese: se der certo, o país pode se tornar referência de produção sustentável.
Motivos Gustavo Junqueira, da Sociedade Rural Brasileira, diz que o ministro da nova pasta poderia “pacificar visões em parte conflituosas” e “orientar política de integração de produção e preservação”.
Mais vale um na mão Assim como outros integrantes da equipe de Bolsonaro, o general Augusto Heleno, indicado para o Ministério da Defesa, defende que ele mantenha algum veículo público e oficial para noticiar as ações do governo, a despeito dos grupos tradicionais de mídia.
Parte pelo todo É consenso que a TV Brasil, chamada pelos bolsonaristas de TV do PT, deve ser extinta, mas os aliados do presidente eleito ainda discutem a possibilidade de manter alguma estrutura da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) de pé.
Terceira via A senadora Simone Tebet (MDB-MS) começou a se mover nos bastidores para tentar se firmar como candidata à presidência do Senado. Ela busca se apresentar como uma alternativa a Renan Calheiros (MDB-AL) palatável aos bolsonaristas.
Prós e contras Em tese, o partido que elege a maior bancada tem preferência na eleição para a presidência da Casa. Tebet é do MDB como Renan, mas não enfrenta a mesma resistência que ele entre os partidários de Bolsonaro. Por outro lado, não tem a mesma capacidade de articulação do correligionário alagoano.
Pau a pau Integrantes do PSD esperam alcançar o mesmo tamanho que a bancada do PSDB tem no Senado. A sigla de Gilberto Kassab (PSD) elegeu sete senadores, mas trabalha para atrair ao menos mais dois parlamentares de legendas nanicas para chegar a nove cadeiras, como os tucanos.
Tesoura Aliados do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), dizem que ele quer seguir os passos de Bolsonaro e enxugar a máquina do estado, cortando secretarias. A determinação já foi repassada à equipe de transição, que vai estudar alternativas.
TIROTEIO
Uma nação democrática de fato protege a total liberdade de expressão da imprensa, que é o 4º poder de uma República
De Ivo Herzog, presidente do conselho do Instituto Vladmir Herzog, sobre parte dos jornalistas ter sido barrada em coletiva de Bolsonaro