Reitores fazem plenária e pedem auxílio do Ministério Público para conter intolerância em universidades

Conselho tutelar Diante das cenas de intolerância em universidades, a Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior chamou reunião plenária e pediu auxílio ao MPF para conter “ações e atitudes incompatíveis com o mundo civilizado”. Procuradores se comprometeram a processar quem incentive confronto ou promova ofensas nos campi. “A orientação é buscar o diálogo, sempre. Mas não se pode compactuar com o erro”, disse o presidente da Andifes, Reinaldo Centoducatte.

Aviso no mural Segundo o presidente da Andifes, o Ministério Público Federal se colocou à disposição da “defesa da democracia dentro das instituições”. “Se tem gente indo armada à universidade, vai responder internamente e na Justiça”, concluiu Centoducatte.

Água na fervura Durante a reunião, reitores se queixaram do tom beligerante “dos que estão liderando, contra a imprensa e contra a universidade”. Avaliaram que, sem uma moderação, pode haver escalada de atos de violência.

Cadeira grande As críticas à imprensa e as ameaças de Jair Bolsonaro (PSL) à Folha desagradaram integrantes de sua equipe. Na segunda (29), ele disse ao Jornal Nacional que vai cortar publicidade de jornais que “espalharem mentiras”. Pegou mal principalmente entre generais.

Cadeira grande 2 A análise desse grupo é a de que, agora, o presidente eleito precisa entender que é “uma instituição”, não mais um candidato.

Esquente Nesta quarta (31), integrantes da oposição a Bolsonaro testarão sua força na comissão especial que analisa o projeto “Escola Sem Partido”. Nesta terça (30), deputados se articularam para comparecer em massa ao colegiado e impedir que a proposta avance.

Para cima O PT decidiu processar o estudante de direito apoiador de Bolsonaro que ameaçou “matar a negraiada”.

Para cima 2 O estudante será acusado pelo partido de racismo, injúria racial, incitação ao crime de homicídio, ameaça e apologia ao genocídio. A ação é assinada por Eugênio Aragão, Angelo Ferraro e Vitor Marques.

Chegou tarde, hermano Integrantes da área técnica do Ministério das Relações Exteriores se dizem chocados com a falta de informação de aliados do presidente eleito sobre política externa. Houve reação com os acenos ao Chile. Motivo: o Itamaraty finalizou há dez dias ampla negociação de acordo de livre comércio com o país.

Pede pra sair Depois de Sergio Moro se dizer honrado e admitir avaliar convite de Bolsonaro para o STF ou o Ministério da Justiça, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que ele se dê por impedido de atuar nos casos de Lula.

Me dê motivo “Só de considerar já mostra que ele sempre teve lado. Isso deveria ser fato primordial para Moro se considerar impedido”, disse Gleisi.

Dê a cara a tapa Líderes de partidos do centrão contrários à reforma da Previdência têm dito que, se quiser mesmo aprovar mudanças este ano, Bolsonaro deve subir à tribuna e defender as novas regras.

Comigo não “Ele quer terceirizar o desgaste. Como presidente eleito, tem que ser o comandante da reforma da Previdência na Câmara”, diz Paulinho da Força (SD-SP).

Zero consenso Medidas anunciadas pela equipe de Bolsonaro dividiram opiniões. Integrantes da área do comércio dizem que a fusão do Ministério da Indústria com o da Fazenda vai ajudar o setor a ter um tratamento mais plural. Industriais torceram o nariz.

Ex-ministros da Fazenda dizem que Paulo Guedes centralizou tantos poderes que não poderá partilhar nem seus acertos nem seus erros.

Meio vazio A fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente foi mal recebida por grande parte do setor agropecuário. Há avaliação de que a medida pode atrapalhar a venda de carne para o exterior –cuja produção está associada ao desmatamento.

Ele não Rodrigo Maia (DEM-RJ) se reuniu com caciques do Congresso. Foi aconselhado a tentar se reeleger presidente da Câmara com um discurso de independência, sem acordo com Bolsonaro.


TIROTEIO

É essencial um agro mais ambiental, mas resumir o Meio Ambiente a isso é um erro e trará prejuízo a vários setores

De Maurício Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil, sobre a fusão das pastas da Agricultura e do Meio Ambiente por Bolsonaro