Na última semana de propaganda, Bolsonaro aposta em punição a agressor de mulheres e em aceno a nordestino

 

A última ofensiva A programação da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) para a última semana de propaganda mostra que ele vai continuar investindo sobre os poucos nichos que ainda resistem à sua candidatura e não deixam a de Fernando Haddad (PT) desmilinguir. Mais mensagens serão disparadas às mulheres e ao Nordeste. Uma inserção diz que “todo aquele que cometer crime contra a mulher deve pagar de forma integral”. Em outra, uma nordestina diz que o povo “já viveu tempo demais escravo do PT”.

Cabra macho A publicidade de rádio direcionada ao Nordeste traz uma coletânea de depoimentos sobre o candidato. As falas o retratam como “uma pessoa de pulso”, que “resgata os valores da família”. Finaliza com a voz de um homem repetindo os dizeres da camisa que Bolsonaro vestia quando foi esfaqueado: “Meu partido é o Brasil”.

Com sotaque Nesta inserção, a equipe do capitão reformado fez questão de incluir declarações de votos de nordestinos em “Bolsionário”. Haddad, quando iniciou sua imersão na região, em setembro, era chamado de “Andrade”.

Sangue, suor… A campanha de Haddad também reservou peças fortes para a reta final da campanha. Uma inserção de rádio pede que o eleitor “avalie se vale a pena votar em Bolsonaro só por ódio do PT”. “Muita gente não lembra ou quer esquecer que o Brasil teve uma ditadura que matou e torturou milhares de brasileiros.”

… e lágrimas A peça tem ritmo acelerado e sons de gritos ao fundo. Sustenta que muitas das vítimas da ditadura “tinham uma única culpa: não gostar do regime”. “Tortura não tem lei. Choque, estupro, porrada na frente dos filhos.”

Que é isso, companheiro? Assim como fez ao abordar o assunto na TV, a sigla vai exibir trecho de entrevista em que Bolsonaro diz ser a favor da tortura. “E se você não gostar do governo dele?”, indaga.

Alagados Diante do fiasco eleitoral deste ano, tucanos da base do partido criaram o movimento #MudaPSDB, que prega, entre outros pontos, a refundação da sigla. Manifesto enviado a dirigentes diz que “a humilhante derrota no pleito deste ano demonstra a urgência de reformas profundas”. “Mudamos ou desaparecemos”, vaticina o texto.

Juntos… O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), relatou a dirigentes do centrão que teve uma conversa com o comandante do PSL, Gustavo Bebianno. Assunto: a sucessão no comando da Casa em um eventual governo Bolsonaro.

… chegaremos lá? Bebianno, disse Maia a aliados, teria demonstrado simpatia à tese de manter o democrata no cargo. Outros integrantes do centrão, porém, receberam sinais no sentido oposto.

Sinal amarelo Caciques de siglas que apostavam em uma composição em torno de Maia foram avisados de que Bolsonaro topa um nome de centro, mas não simpatiza com a ideia de manter o democrata no comando da Câmara.

Ao que importa Integrantes do Planalto dizem que aliados de Bolsonaro já fizeram chegar à Casa Civil uma preocupação: querem saber se, durante o governo de transição, em Brasília, terão direito a auxílio-moradia. O presidente eleito escolherá o nome de 50 pessoas para compor a equipe.

Seu passado… Integrantes de cortes superiores e da Justiça Federal começaram a manifestar preocupação com as revelações que vem sendo feitas sobre o ex-colega Wilson Witzel (PSC), favorito ao governo do Rio. Mais: dizem temer uma eventual gestão dele.

Não bate Advogados que acompanham a narrativa da Operação Pedra no Caminho, que apura suspeitas em obras da Dersa, dizem que há pontas soltas. Um caso que chamou a atenção foi o de Silvia Cristina Aranega Menezes, ex-diretora jurídica da empresa.

Álibi O nome dela consta no rol de acusados por supostos aditivos fraudulentos assinados a partir de maio de 2015. Silvia, porém, deixou o cargo em março daquele ano.

 


TIROTEIO

Doria é incongruente. Começa a eleição dizendo que o pai foi perseguido pela ditadura. Hoje tira foto com o general Mourão

Do deputado estadual Barros Munhoz (PSB-SP), sobre o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, adversário de sua sigla