Material de campanha de Doria que é alvo de investigação agora chega pelos correios a eleitores

A campanha do governador Márcio França (PSB), que disputa o segundo turno da eleição em São Paulo contra João Doria (PSDB), está catalogando vídeos e mensagens de eleitores que disseram ter recebido pelo correio material irregular da campanha do tucano.

Na quinta (18), a Justiça Eleitoral determinou que a Polícia Federal fizesse uma busca e apreensão em comitês de Doria em 15 cidades para apurar denúncias de produção de adesivos e outros tipos de publicidade sem CNJP, nome de gráfica e número de tiragem, o que é ilegal.

Após a operação, aliados do tucano disseram que o número de adesivos irregulares produzidos era ínfimo e que os dados obrigatórios por lei foram cortados das peças por acidente. O tucano, depois, chegou a insinuar que seu adversário na eleição poderia ter encomendado a publicidade irregular. Neste fim de semana, porém, Doria realizou adesivaços no estado com material semelhante ao apreendido pela polícia –só que com o CNPJ.

O material sob suspeita pede voto para o tucano e para Jair Bolsonaro (PSL), que disputa a Presidência. Bolsonaro, porém, não apoia Doria oficialmente.

Nos vídeos, eleitores mostram que o material irregular chegou pelo correio, e indicam o nome e o endereço do remetente, que é uma pessoa física. “Recebi esse material ontem aqui em casa. Remetente é Natália Prado. Cara, não tem nada de CNPJ nesse material. (…). Isso vai dar uma merda…”, diz o eleitor.

Em um outro vídeo, é um tucano do município de Coronel Macedo quem faz a queixa. “Tenho certeza que esse material é clandestino. (…) Não coloquem esse tipo de propaganda. Não coloquem que está burlando a nossa lei”.

O advogado de Márcio França, Ricardo Penteado, disse que vai anexar as queixas ao processo que já corre na Justiça Eleitoral. A legislação obriga a inscrição de CNPJ e tiragem, por exemplo, para evitar a contratação de serviços por meio de caixa dois.

Leia mais notas do Painel aqui.