Ministros do TSE defenderam ‘não criar marola’ com ações sobre WhatsApp às vésperas da eleição
Pilatos como exemplo A repercussão da revelação de compra de mensagens em massa no WhatsApp contra Fernando Haddad (PT) dominou conversas de ministros do TSE, corte que lida com o caso. O entendimento majoritário –inclusive o do corregedor, Jorge Mussi, responsável pela ação contra Jair Bolsonaro (PSL)– foi o de que não caberia promover diligências extravagantes. A eleição não pode ter o curso alterado pelas mãos da Justiça, disse um magistrado. “Não sob o calor dos fatos”, concluiu.
Pato na lagoa Os integrantes do Tribunal Superior Eleitoral ponderaram que, a menos de dez dias do segundo turno, “não é hora de criar marola”. Mussi decidiu na noite desta sexta-feira (19) citar Bolsonaro para que ele se manifeste sobre o assunto. E só.
Fica a dica Para registro: o mesmo ministro que disse ser indesejável interferir no curso da eleição, afirmou que a investigação deve continuar correndo na corte. “Lá na frente, se for o caso, cassa a chapa.”
RSVP A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, enviou ofícios ao presidente do Facebook Brasil, Conrado Leister, e ao gerente de políticas públicas do WhatsApp, Ben Supple, nesta sexta (19).
Esticar a corda No documento, em papel timbrado do Senado, ela solicita uma videoconferência a ambos para obter informações sobre as medidas que estão sendo adotadas diante do caso.
Esticar a corda 2 “As eleições de 2018 representam um esforço democrático de normalizar minimamente as condições de funcionamento do sistema político e conferir legitimidade aos próximos governantes”, escreveu Gleisi.
Esticar a corda 3 “Ocorre que a normalidade das eleições está sendo atacada por interesses escusos que se escondem no submundo das redes.” (…) Interferência indevida no processo, com o auxílio de ferramentas de comunicação social, é extremamente grave”, conclui.
Antes tarde… O escândalo do WhatsApp, revelado pela Folha, repercutiu positivamente nas pesquisas internas do PT, mas coordenadores da campanha admitem que a esta altura do campeonato é praticamente impossível que ele altere o cenário atual.
Tiro curto Empresários que apoiam Jair Bolsonaro avisaram a aliados do presidenciável que, para sobreviver, o próximo governo vai precisar aprovar reformas impopulares no primeiro semestre de 2019. No topo da lista está a da Previdência.
Tudo dominado Diante da nova composição da Câmara, esses empresários estimam que Bolsonaro poderia chegar a uma base de cerca de 350 deputados –para aprovar nova Previdência são necessários 308 votos.
Sentei na cadeira Embora o capitão reformado ainda não tenha tratado da pasta, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, age como se sua indicação para o Ministério da Justiça estivesse certa. Ele já trabalha na escalação da equipe e pediu indicações ao advogado Sergio Bermudes, dono do escritório em que atuava antes de ingressar na campanha.
X da questão A depender do volume de material de propaganda irregular que for apreendido pela PF nos comitês de João Doria (PSDB), o candidato tucano ao governo de São Paulo pode ter mais dor de cabeça com a Justiça.
Onde pega As formalidades descumpridas pela coligação de Doria não são penduricalhos bobos. Toda publicidade tem que ter CNPJ, nome da gráfica e a quantidade de material rodado para dificultar a compra com caixa dois.
Um pouco em cada canto? Aliados do tucano disseram, inicialmente, que 1.000 adesivos teriam sido, por acidente, impressos de maneira incorreta. Na quinta (18),a Justiça Eleitoral autorizou busca e apreensão em SP e mais 14 cidades.
Visita à Folha A senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) visitou a Folha nesta sexta-feira (19).
TIROTEIO
Antevendo a derrota, o PT age como o PSDB em 2014: deixa uma ‘ação bomba’ no TSE para o eventual insucesso de Bolsonaro
Do advogado Gustavo Guedes, que defendeu o presidente Michel Temer na Justiça Eleitoral, sobre o PT ter pedido a inelegibilidade do deputado