Suspeita de uso ilegal do WhatsApp deve pairar sobre Bolsonaro mesmo após a eleição
Arma de precisão Há forte expectativa no meio jurídico sobre o ritmo que o TSE vai imprimir aos pedidos de investigação de empresários pró-Jair Bolsonaro (PSL) que compraram pacotes para disparar mensagens em massa, via WhatsApp, contra o PT. Ninguém aposta em um desfecho precoce –nem tampouco que a corte enterre o assunto. A analogia é com o caso da chapa Dilma-Temer, que dormitou e foi acionado em meio a uma crise, quando ela já havia caído e o presidente padecia em escândalos.
Fins e meios Casos como esse, avaliam ministros de cortes superiores, pairam como uma espada sobre a cabeça de seus alvos e, num jogo político complexo como o que se desenha para 2019, podem ser usados como instrumento “de incentivo à moderação” do presidenciável e de seu companheiro, o general Hamilton Mourão, favoritos na disputa.
Vestir a camisa Os donos da Crocs Service, uma das empresas que vendem disseminação de mensagens em massa pelo WhatsApp, usam suas redes pessoais para fazer propaganda da dobradinha Bolsonaro e Romeu Zema (Novo), candidato ao governo de Minas.
Forcinha Zema registrou a contratação da empresa, por R$ 200 mil, em sua prestação de contas. Ele disparou na última semana do primeiro turno ao se associar a Bolsonaro.
Que vejam todos A revelação do apoio privado à máquina de propaganda virtual do PSL, publicada pela Folha, será levada pela campanha de Fernando Haddad ao horário eleitoral desta sexta (19).
Que vejam todos 2 A ideia da comunicação petista é exibir uma espécie de editorial, sustentando que o adversário fez da mentira sua principal arma política. Já forte, o tom da campanha de Haddad tende a ficar ainda mais emocional na reta final.
Mais barulho Oito senadores, entre eles Renan Calheiros (MDB-AL), foram ao ministro da Segurança, Raul Jungmann, pedir que a PF ajude a esclarecer o caso do WhatsApp.
Show solo Diante da confirmação de que Bolsonaro não pretende participar de debates mesmo liberado pela equipe médica que o atende, o PT vai pedir às emissoras de TV que transformem o espaço em entrevistas com Haddad.
Até o limite Após o novo Datafolha confirmar que Bolsonaro mantém confortável vantagem sobre Haddad –18 pontos percentuais–, toda a fé do PT está concentrada em atrair os eleitores que esticam a decisão do voto até o último minuto. No primeiro turno, quase 20% escolheram só nas últimas 48 horas em quem iam apostar.
Padrinho mágico Detalhamento do novo Datafolha mostra que 80% dos eleitores que dizem votar em Wilson Witzel (PSC) para governador do Rio optam, na disputa pelo Planalto, por Bolsonaro.
Sem pai nem mãe Em Minas Gerais, onde os dois candidatos que se enfrentam no segundo turno tentam atrair os devotos do capitão reformado, 34% dos eleitores de Haddad dizem que vão votar em branco ou nulo.
Santo de casa… Nas capitais pesquisadas pelo Datafolha –SP, RJ e Belo Horizonte– Bolsonaro só pontua abaixo dos 65% entre os paulistanos –que elegeram Haddad prefeito em 2012 e depois o derrubaram do posto em 2016. No berço político do petista, o placar é de 58% a 42% para o capitão reformado.
Visitas à Folha André Pires Oliveira Dias e Claudio Palaia, integrantes do conselho de administração da Mover Participações S.A., e Luiz Carlos Dutra Júnior, membro do conselho consultivo, visitaram a Folha nesta quinta (18), onde foram recebidos em almoço. Estavam acompanhados de Flávio Castro, assessor de imprensa.
Maurício Braga Chapinoti, Vinícius Jucá Alves, Jerry Levers de Abreu e Rafael Balanin, sócios da TozziniFreire Advogados, visitaram a Folha nesta quinta (18). Estavam acompanhados de Malu Gonçalves, assessora de comunicação.
TIROTEIO
Se comprovados, os fatos são graves. Podem configurar doação ilícita, abuso dos meios de comunicação e até crime eleitoral
De Marcelo Ribeiro, ex-ministro do TSE, sobre a reportagem da Folha que mostrou que empresas estão bancando mensagens contra o PT