Guerra de decisões no STF derruba discurso conciliador de Toffoli

Sem audiência de conciliação A guerra de decisões entre Ricardo Lewandowski e Luiz Fux, do Supremo, fez sua vítima: o plano de pacificação da corte pregado desde a posse pelo novo presidente, Dias Toffoli. Sem conseguir articular solução que evitasse a disputa de sentenças, Toffoli foi obrigado a tomar lado e vetou a entrevista de Lula à Folha até deliberação do plenário. Há, porém, impasse no tribunal: a maioria concorda, no mérito, com Fux. Mas até esse grupo admite que ele usou instrumento errado contra o colega.

Labirinto Nesta segunda (1º), Toffoli articulou para levar o caso ao plenário na quarta (3), mas percebeu que não havia consenso. Depois, sinalizou que o ideal era tratar do assunto após o segundo turno. Lewandowski estrilou e avisou que ia renovar a autorização em tom pouco ameno.

Leite derramado Ministros do STF lamentaram a dimensão que o episódio ganhou e dizem que, agora, só resta tentar evitar “o pior”. A imagem do Supremo sai arranhada, mas o foco é debelar o risco de um barraco maior, com transmissão ao vivo, na sessão desta quarta-feira (3).

Gosto amargo Integrantes da corte diziam ainda durante a tarde desta segunda (1º) que, se Lewandowski decidisse investir contra a decisão de Fux, Toffoli seria obrigado a admitir seu lado na controvérsia.

Bola cantada Pode ser parte do figurino, mas a cúpula da campanha de Fernando Haddad (PT) disse que já esperava a divulgação da delação de Antonio Palocci na reta final da disputa. Aliados do petista tentaram minimizar o impacto das revelações.

Bola cantada 2 Esses petistas disseram que: 1) todo mundo já conhece o conteúdo das acusações de Palocci e 2) quem destinou energia a atacar rivais nessa eleição, como Geraldo Alckmin (PSDB), não despontou nas pesquisas.

Pago para ver A campanha tucana não descarta levar trechos da delação de Palocci à TV.

Siameses O pedido do PT para que o Conselho Nacional de Justiça investigue a atuação do juiz Sergio Moro, que levantou o sigilo da delação, citará a apuração do Conselho Nacional do Ministério Público sobre procuradores e promotores que acionaram políticos em meio à campanha.

Fera indomada Integrantes do comando da campanha de Haddad procuraram o ex-ministro José Dirceu, nesta segunda (1º), para pedir moderação nos comentários sobre conjuntura política. Não é a primeira vez que falam com ele sobre o assunto.

Nem vi vocês De repouso em casa, no Rio, Jair Bolsonaro (PSL) não assistiu ao debate da Record, no domingo (31). Só soube que havia sido alvo de críticas na manhã desta segunda (1º), pelo filho Carlos.

Soneca Amigos que visitaram Bolsonaro desde que ele voltou para casa dizem que o deputado segue abalado com o atentado. Segundo os relatos, a recuperação mudou alguns hábitos do presidenciável, como o horário de acordar. Antes do ataque, levantava ainda de madrugada. Agora, dorme até mais tarde.

Fica a dica A campanha de Alckmin está rodando no YouTube anúncio direcionado ao eleitor de São Paulo. Um ator diz que “nós que nunca deixamos o PT ganhar aqui precisamos escolher alguém que possa vencer o petismo”. A peça exibe pesquisas em que Bolsonaro não bate Haddad nas simulações de segundo turno.

De mulher… A campanha de Marina Silva (Rede) vai usar seus últimos comerciais na TV para tentar atrair as mulheres que apoiam o movimento #EleNão, anti-Bolsonaro.

… para mulher No filme, aparecem imagens de Marina marchando em um dos atos contra o candidato do PSL. A candidata elenca propostas para as mulheres, como equiparação salarial, e grita: “Ela sim!”.

Visita à Folha Paulo Jorge Pereira Nascimento, cônsul-geral de Portugal em São Paulo, visitou a Folha nesta segunda (1º). Estava acompanhado de Hugo Andrade Gravanita, cônsul-geral adjunto.


TIROTEIO

Cada dia fica mais claro o desespero dos rivais. Sabem que os brasileiros querem um presidente honesto. Bolsonaro é livre

Do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), aliado do presidenciável do PSL que, mesmo ausente, foi alvo de ataques no debate da TV Record