De olho em Bolsonaro, Haddad tenta melhorar desempenho no interior

Preparando terreno De olho em um embate com Jair Bolsonaro (PSL), a campanha de Fernando Haddad (PT) vai ampliar a presença do petista no interior do Sudeste, mais especificamente em São Paulo, Minas e Rio nesta última semana antes do primeiro turno. Detalhamento do Datafolha dá pistas sobre a motivação. É o interior paulista que garante vitória a Bolsonaro no estado na simulação de segundo turno. Em Minas, o inverso. O candidato do PSL vence em BH, mas fica numericamente atrás no cômputo geral.

Onde sou fraco No Datafolha, nas simulações de segundo turno entre PSL e PT, Haddad vence Bolsonaro na capital paulista por 45% a 35%, mas perde no estado por 46% a 37%. Os petistas vão tentar diminuir a vantagem do rival no interior para passar à próxima fase da eleição em situação menos desconfortável.

Onde sou forte Em Minas, a ideia é fortalecer o campo em que o petista leva vantagem. O norte mineiro tem mais similaridades com o Nordeste do que com o Sudeste. No estado como um todo, Haddad aparece numericamente à frente em eventual segundo turno: 43% a 41%. Na capital, Bolsonaro bate o petista: 44% a 35%.

Território inimigo Nesta semana, Haddad ainda fará uma blitz no Rio: região oeste, Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense. O PT contratou um helicóptero para dar conta dos deslocamentos. No estado, Bolsonaro abre a maior vantagem no Sudeste: 49% a 35% em eventual segundo turno, aponta o Datafolha.

Jogada ensaiada Apoiadores do capitão reformado patrocinam um ataque orquestrado a Haddad nas redes. Diversos blogs e sites simpáticos ao candidato do PSL publicaram nos últimos três dias uma pesquisa de 2016 para impulsionar a notícia de que o petista é “o pior prefeito do Brasil”.

Copia e cola Como mostrou o Painel, nova propaganda de Bolsonaro nas redes estimula o eleitor a fazer uma busca sobre o assunto no Google. De sexta (28) para cá, ao menos cinco sites bolsonaristas publicaram notícia sobre a antiga pesquisa, com textos e títulos idênticos.

Do que se trata O levantamento que alimenta a ofensiva foi feito em 2016 e avaliou oito prefeitos de capitais. Haddad teve a pior pontuação.

Apelo final Ainda inerte nas pesquisas de intenção de votos, Geraldo Alckmin (PSDB) vai usar os últimos dias de propaganda eleitoral para fazer um chamado à racionalidade do eleitor que não quer nem PT nem PSL. Não há, porém, muita gente que acredite em um milagre que possa levá-lo ao segundo turno.

Espólio Segundo o último Datafolha, 46% dos eleitores de Alckmin declaram voto em Haddad em um eventual segundo turno entre o petista e Bolsonaro. O candidato do PSL fica com 31% dos eleitores que apoiam o tucano.

Contar os cacos A cúpula do DEM, um dos partidos avalistas de Alckmin, se reúne no dia 9 de outubro, dois dias após o primeiro turno, para fazer um balanço dos resultados.

Saldo finalCaciques do centrão começam a colocar na ponta do lápis projeções sobre a composição do Congresso no ano que vem. Pelo desenho que fizeram, PT e PP devem eleger as maiores bancadas da Câmara, com cerca de 50 deputados cada um.

Saldo final 2 PSDB, PSD, PR, MDB, DEM e PRB viriam no pelotão seguinte, elegendo entre 36 e 45 deputados. Os dirigentes do centrão apostam que o Novo e a Rede conseguirão fazer algo como 6 deputados cada um.

Falem todos Diante da primeira crise de sua gestão à frente do Supremo, o ministro Dias Toffoli consultou colegas sobre a possibilidade de o plenário da corte julgar na quarta-feira (3) a decisão de Luiz Fux que proibiu a Folha de entrevistar Lula e impôs censura prévia ao jornal.

Pedregoso Até integrantes do STF que são contra Lula falar com a imprensa dizem que o caminho escolhido por Fux é tecnicamente injustificável.


TIROTEIO

O momento mais bonito da primavera das mulheres. Multidões em defesa de democracia, igualdade e da nossa dignidade

De Manuela d’Ávila, vice de Haddad, sobre os atos contra Bolsonaro organizados por mulheres, no sábado (29), em ao menos 37 cidades