Associação da PF quer processar aliados de Bolsonaro que espalharam fake news sobre delegado

O homem errado A Associação dos Delegados de Polícia Federal deve levar à Justiça candidatos que divulgaram informações falsas sobre Rodrigo Morais, o investigador que conduz o inquérito que apura as circunstâncias do atentado a Jair Bolsonaro (PSL). Ao menos dois postulantes filiados a partidos que apoiam o capitão reformado distribuíram material que vincula o delegado a comentários que não foram feitos por ele, mas sim por um homônimo que é vereador do PSDB e atuou na Polícia Civil do Piauí.

#Paz Os comentários do piauense que foram erroneamente atribuídos ao delegado da PF por simpatizantes de Bolsonaro são críticos ao candidato. Ele chegou a postar um esclarecimento, mas a fake news já estava na rua. “A maldade de parcela dos eleitores (de todos os candidatos) é assustadora”, escreveu.

Versão e fato A ofensiva virtual contra o delegado que investigou Adélio Bispo, o homem que esfaqueou o presidenciável, ganhou corpo depois de a imprensa publicar que a PF chegou à conclusão de que o criminoso agiu sozinho. Bolsonaro levantou dúvida sobre o resultado da investigação. O relatório do caso será apresentado na sexta (28).

Muralha Integrantes de campanhas rivais à do candidato do PSL avaliam que a revelação de que uma ex-mulher dele disse ao Itamaraty ter fugido do país após ter sido ameaçada de morte, em 2009, pelo deputado, pode cristalizar a rejeição do capitão reformado entre as mulheres.

Muralha 2 A equipe que faz a comunicação de Bolsonaro se esforça para suavizar a resistência de parte das eleitoras ao candidato. Esse trabalho, dizem, deve ser bloqueado pela gravidade da relevação feita nesta terça (24) pela Folha.

Ponta da língua O líder das pesquisas já tem um discurso para responder sobre o caso. Aliados do presidenciável dizem que qualquer pai ficaria desorientado caso o filho fosse levado para fora do país e que isso mostra o amor à família.

Não é comigo Os aliados do presidenciável do PSL dizem ainda que a fala de Bolsonaro ganhará suporte na resposta dada pela ex-mulher –que hoje nega a ameaça. A aposta na campanha é a de que o caso não terá força para mudar o patamar da rejeição dele.

Grama do vizinho Na conversa que teve com o candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad (PT), na segunda (24), Lula relatou preocupação com a consolidação do voto em Jair Bolsonaro nas periferias das grandes cidades. Pediu que a campanha intensificasse atos nessas regiões.

Mão do gato A avaliação de Lula e de dirigentes do PT é a de que as críticas a Bolsonaro na propaganda eleitoral devem se restringir a questões econômicas. Respostas a declarações polêmicas do rival, avaliam petistas, foram contempladas pela campanha #EleNão e pela ofensiva de Geraldo Alckmin (PSDB).

Ajuda externa Eduardo Suplicy, que concorre pelo PT a uma das vagas do Senado de São Paulo, enviou uma carta à cúpula da campanha de Haddad pedindo que ela interceda na divisão do tempo de propaganda que ele vem tendo direito no horário eleitoral.

Cadê a solidariedade? Suplicy, que lidera as pesquisas, explica que tem sido atacado por rival do PSDB, e que Jilmar Tatto, o outro candidato do PT ao Senado –oitavo colocado nas últimas sondagens– não abriu mão de seu tempo na TV em favor dele, que diz precisar do tempo extra para se defender.

Rei posto A pedido do presidente do partido, ACM Neto, o DEM da Bahia pediu à Justiça Eleitoral nesta terça-feira (25) uma busca e apreensão de materiais de candidatos do estado que ainda distribuem santinhos com Lula como candidato a presidente.

Rei posto 2 Na ação, o DEM diz que as colinhas com Lula estão sendo distribuídas principalmente em cidades do interior do estado e alega a divulgação de “fatos distorcidos e sabidamente inverídicos”.


TIROTEIO

A escalada do ódio e da violência tem de ser barrada. Agressão covarde ataca a democracia e tenta intimidar o #EleNão

De Guilherme Boulos, presidenciável do PSOL, sobre a agressão à militante da sigla que integra o Grupo de Mulheres contra Bolsonaro