Apesar de discurso confiante, PT espera ação da direita pró-Bolsonaro ou Ciro
Pedras no caminho Apesar do discurso de confiança na presença de Fernando Haddad no segundo turno, coordenadores da campanha do PT se preparam para jogadas de última hora no campo da centro-direita. A princípio, dizem, pode haver movimento para esvaziar de vez as candidaturas de João Amoêdo (Novo), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB) em favor de Jair Bolsonaro (PSL). Outra hipótese é parte do eleitorado abraçar Ciro Gomes (PDT), travar a alavancagem do PT e forçar a terceira via.
O cara O PT analisa as chances de o grupo que não quer Bolsonaro e Haddad no segundo turno aderir à tese de que Ciro é uma opção viável para virar o jogo. O principal trunfo do pedetista é o índice que ele alcança na etapa final da disputa: derrota o deputado do PSL fora da margem de erro.
Meta A ordem no QG de Haddad é investir pesado na campanha nas ruas e na TV para acelerar a transferência de votos e esvaziar Ciro Gomes. Se o petista chegar a 20% nas principais pesquisas e o pedetista baixar ao patamar de 10%, calcula a sigla, dá para respirar.
Passo seguinte O PT se reúne na segunda (24) para discutir a tática a ser usada na reta final da eleição. Quer decidir se antecipa a estratégia de rivalizar diretamente com Bolsonaro, explorando a posição dele na votação de projetos como a PEC das Domésticas.
Vai que dá Estrategistas da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) tentam reanimar os aliados mais pessimistas com o seguinte raciocínio: a onda a favor de Bolsonaro chegou cedo. A 13 dias da eleição, dizem, há tempo para fazer esse movimento refluir.
Retrovisor Esse grupo cita o que houve com Aécio Neves (PSDB) em 2014 e com João Doria na eleição de 2016. Nesses casos, avaliam, o impulso final ocorreu nos três dias que antecederam o pleito, tornando o crescimento irrefreável para os adversários.
Aposta A campanha tucana diz que o vídeo que aponta para o risco de venezuelização do Brasil teve impacto no eleitor, segundo pesquisas internas.
No limite O núcleo político da campanha tucana diz que, se o bombardeio sobre Bolsonaro não surtir efeito nas próximas pesquisas, se Alckmin não sair do lugar, já era.
De volta ao palco Com a evolução do quadro clínico do candidato, a campanha de Bolsonaro quer que ele faça ao menos uma live nas redes sociais por dia. Ele, porém, ainda não opinou sobre o assunto. Até a recuperação plena, os filmes serão todos caseiros, feitos com a ajuda do filho Carlos Bolsonaro.
Alvo favorito Depois que o presidenciável for para casa, a ideia de uma equipe que foi contratada para ajudar a desenvolver a estratégia digital da campanha é gravar vídeos mais profissionais de Bolsonaro para explorar propostas e o medo do retorno do PT.
Ser ou não ser Aliados de Antonio Anastasia, o candidato do PSDB ao governo de Minas, vão tentar dar um gás na campanha dele buscando vitória já no primeiro turno. Um dos motivos é o temor de ter que ver o tucano se posicionar em eventual segundo turno nacional entre PSL x PT.
Falta chão Segundo o Datafolha, Anastasia tem 33% das intenções de voto e o governador Fernando Pimentel (PT-MG), candidato à reeleição, 23%.
Livre escolha Caso Alckmin fique mesmo fora da disputa final, a tendência hoje na maioria dos partidos do centrão é liberar seus integrantes para que eles decidam individualmente quem vão apoiar.
Não por gravidade Dirigentes dessas siglas querem evitar ataques diretos a Haddad para não passar a de que, em um eventual segundo turno, o apoio do grupo ao capitão reformado se dará por osmose.
Contra o tempo O TSE convocou nova sessão extraordinária na quarta (26) para analisar recursos de registros de candidaturas. Ao todo, mais de 1.200 postulantes questionam declarações de inelegibilidade na corte.
TIROTEIO
PT e Haddad apelam novamente ao estelionato eleitoral. É o que se pode esperar de decisões tomadas direto de uma cela
Do deputado Silvio Torres (PSDB-SP), tesoureiro da campanha de Alckmin, sobre o discurso moderado adotado pelo candidato do PT