Sigla de Bolsonaro vai criar ‘disque-denúncia’ para receber relatos de apoiadores no dia da votação
Poder paralelo Dando eco ao discurso de Jair Bolsonaro (PSL) –que por mais de uma vez levantou sem provas suspeições sobre o processo eleitoral–, a direção do PSL quer montar uma espécie de disque-denúncia para receber relatos de supostas irregularidades no dia da votação. A Justiça já dispõe desses canais e, inclusive, lançou um aplicativo para facilitar o envio de queixas. Não é tudo. O partido vai lançar cartilhas e uma plataforma para orientar voluntários que queiram atuar como fiscais nas seções.
Multiplicação de peixes Segundo a legislação, cada partido ou coligação pode nomear até dois fiscais para acompanhar uma mesa receptora de votos. O PSL quer dar capilaridade a isso e colocar voluntários auxiliando os trabalhos desses delegados.
Duplo azul Além de estimular teorias conspiratórias, os relatos dos apoiadores servirão para municiar eventuais questionamentos ao TSE.
Aresta Não é sobre a reforma tributária que ala do PSL discorda do guru de Bolsonaro, Paulo Guedes. O economista não conseguiu apresentar proposta de reforma da Previdência que agrade a todos.
Bumerangue O movimento dos neopentecostais da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil na direção do capitão reformado provocou reação de líderes evangélicos de outras agremiações.
Não em nome dele Nesta quinta (20), um grupo que reúne 88 teólogos e reverendos presbiterianos, batistas e de outros troncos da religião lançou manifesto em defesa do Estado laico e contra o uso de Deus em campanhas.
Blasfêmia “Nossa indignação contra a pretensão de haver um governo exercido em nome de Deus, bem como contra toda aspiração autoritária e antidemocrática”, diz a Carta Pastoral à Nação. “O nome de Deus não pode ser usado em vão, ainda mais para fins políticos”, conclui.
Oficial “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” é o nome da coligação de Bolsonaro.
Digitais Guilherme Boulos (PSOL) pediu ao corregedor-geral Eleitoral, Jorge Mussi, que abra investigação contra o candidato do PSL para apurar o ataque hacker à página “Mulheres contra Bolsonaro”.
Imagem é tudo A campanha de Fernando Haddad (PT) estuda a melhor forma de se contrapor a Bolsonaro em um eventual segundo turno. Há dúvidas sobre o impacto de uma aliança com diversos partidos, por exemplo. O temor é o de que isso reforce a imagem de anti-establishment do rival.
Antes só O mesmo receio habita o PSL. Dirigentes da sigla dizem que não devem aceitar apoio formal de outras legendas –só gestos individuais. Uma aliança poderia tirar peso do discurso de que ele é “contra tudo isso que está aí”.
Venham todos O PT espera, porém, que o crescimento do capitão reformado nas pesquisas e a mensagem ponderada que vem sendo pregada por Haddad estimulem movimentos da sociedade civil contra Bolsonaro.
Vai para a rua A coordenação da campanha petista quer que Haddad conceda menos entrevistas e faça mais em atos nos grandes centros do país. Estão previstas viagens para PE, RS e RJ.
Rivotril Ciro Gomes (PDT) teve longa conversa com a cúpula de sua campanha. Foi dito a ele que, agora, não dá mais para errar. Em miúdos: chega de piti. O diagnóstico é o de que há pouco tempo para viabilizar uma terceira via, ou o pedetista será esvaziado.
Livre está No último dia 17, em decisão unânime, a Quinta Turma de desembargadores do TRF-3 concedeu habeas corpus a Laurence Casagrande Lourenço, ex-diretor da Dersa. Eles substituíram a ordem de prisão por medidas cautelares, como comparecimento mensal em juízo.
Depois de você A decisão do TRF-3 só veio após o ministro Gilmar Mendes, do STF, ter concedido liminar para tirar Laurence da prisão.
TIROTEIO
A função do Alckmin, hoje, é ajudar o Haddad a passar para o segundo turno. Ele está batendo no adversário errado
De Flávio Bolsonaro, filho de Jair e candidato a senador pelo PSL, sobre a tom incisivo adotado pelo tucano na propaganda eleitoral