Supremo tende a ignorar documento de comissão da ONU favorável a Lula
As togas deram de ombros A tendência do Supremo, segundo quatro ministros consultados pelo Painel, é ignorar o documento de colegiado da ONU que prega a manutenção da candidatura de Lula. Os juízes dizem que não há efeito vinculante e que a força da declaração do Comitê de Direitos Humanos junto ao Judiciário é a mesma de uma “ata de reunião de condomínio”. O PT, porém, vai tentar faturar politicamente. Dirigentes da sigla querem usar a peça na estreia do partido no horário eleitoral gratuito.
Só ele? Um integrante do STF diz que não há sentindo em dar vazão a questionamentos sobre a cassação de direitos políticos prevista na Lei da Ficha Limpa –e em vigor há quase oito anos. Ele lembra que muitos políticos já foram impedidos de disputar com base no dispositivo sem que houvesse alarido.
Como luva O PT sabe que a chance de uma mudança de rumo no Judiciário é quase nula, mas quer usar o texto da ONU para criar constrangimento. Ao comentar o fato com um interlocutor, Fernando Haddad, hoje vice de Lula, resumiu: “Se não o registrarem agora, para o mundo o Lula será um preso político”.
Fiel da balança A migração de Cármen Lúcia da presidência do STF para a Segunda Turma da corte, em setembro, fará do ministro Celso de Mello, o decano, voto decisivo na maioria dos processos polêmicos vinculados à Lava Jato.
Fiel da balança 2 As apostas na corte hoje vão na direção de que ela tenderia a votar mais alinhada com Edson Fachin, equilibrando o jogo com os garantistas Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Pega no tranco O presidente do Tribunal Superior do Trabalho ainda não enviou lista tríplice votada há mais de uma semana para escolha do novo ministro da corte. Internamente, o gesto é visto como uma forma de ganhar tempo para ver se o nome mais afeito a ele consegue apoio para ficar com a vaga.
Tuas mãos A lista deve ser enviada a Michel Temer, que escolherá um dos apontados.
Poucos e bons Marina Silva (Rede) já começou a gravar sua campanha no rádio e na TV. Segundo aliados, ela terá de 21 a 24 segundos de propaganda eleitoral.
Faltou o F5 Ao menos três partidos da coligação de Geraldo Alckmin deram margens a questionamentos à coligação do tucano no TSE. Os registros que constam no tribunal mostram que PRB, Solidariedade e PR não atualizaram as atas de suas convenções.
Falta o carimbo Os documentos que essas siglas enviaram à corte informam apenas que a decisão de se aliar ao tucano foi delegada às executivas de cada partido. Esse colegiado teria que ter formalizado depois as opções pela coligação com Alckmin –o que não foi feito junto ao TSE.
Nem me fale Se o questionamento do MDB à falha formal vingar, o TSE poderá determinar que o tempo de propaganda a que essas siglas têm direito seja redistribuído entre os outros candidatos. Um revés deste tipo seria péssimo para o PSDB, que aposta no horário eleitoral para fazer a campanha de Alckmin deslanchar.
Cair na real Tucanos avaliam que o primeiro debate pelo governo de São Paulo, nesta quinta (16), na Band, deu um choque de realidade em João Doria (PSDB-SP). O ex-prefeito chegou aos estúdios dizendo que seria uma batalha de seis contra um e saiu dizendo que havia acertado o diagnóstico.
Bolha Em desabafo com interlocutores, Doria se queixou do nível dos ataques que recebeu. Embora haja um consenso de que o tucano não teve sua melhor performance, ele comemorou estudos internos que teriam apontado sua atitude como propositiva.
Visita à Folha Nelson Antônio de Souza, presidente da Caixa, visitou a Folha nesta sexta-feira (17). Estava acompanhado de Gerson Bordignon, diretor de marketing, e de Eloise de Oliveira Chaves e Jocimar Nastari, consultores da presidência.
TIROTEIO
O ataque é natural. A novidade foram as agressões pessoal e à família. Mostra que vão jogar mais baixo do que se esperava
De Orlando Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo, sobre rivais terem atacado Doria e citado sua mulher, Bia, no debate da Band