‘Não pretendo morrer nem renunciar, e sim brigar até o final’, diz Lula em carta

Tratado de guerra Na versão preliminar da carta que enviou para ser lida no ato de seu registro na corrida eleitoral, nesta quarta (15), Lula diz que não quer favores da Justiça Eleitoral. “Quero apenas os direitos que vêm sendo reconhecidos pelos tribunais há anos em favor de centenas de outros candidatos.” O ex-presidente diz que é vítima de uma caçada judicial e que só a morte, a renúncia ou um ato do TSE pode rifá-lo. “Não pretendo morrer nem cogito renunciar. Vou brigar até o final.”

Fale por ele Caberá a Fernando Haddad (PT), candidato a vice de Lula, ler a mensagem para a militância. Na versão prévia do texto, ele não era mencionado nominalmente pelo ex-presidente.

Rebobine A defesa de Lula pediu nesta terça (14) a anulação do julgamento em que o STJ negou por unanimidade um pedido de liberdade do petista. No recurso, os advogados do ex-presidente dizem que o relator do caso, ministro Felix Fischer, cometeu uma irregularidade ao derrubar o pleito no que chamam de “um verdadeiro julgamento secreto”.

Memória Como mostrou o Painel, Fischer colocou o pedido em julgamento logo na retomada dos trabalhos do Judiciário, dia 2 de agosto. Ele levou o recurso do ex-presidente em mesa, ou seja, diretamente aos colegas da Quinta Turma. A defesa só soube da decisão quando já havia perdido.

Três de espadas Advogados apostam que a nova composição do TSE, que começou a ganhar forma nesta terça (14) com as posses de Rosa Weber e Luís Roberto Barroso, será mais rigorosa. A nova linha tende a ganhar mais força quando Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, assumir sua cadeira no fim do mês.

Lei natural Defensores que atuam há anos no TSE avaliam que, como Weber, Barroso e Fachin costumam votar afinados no Supremo, as chances de a trinca se repetir no TSE são grandes. Juntos, eles têm peso suficiente para, por gravidade, atrair outros integrantes do tribunal.

Vem todo mundo O Supremo contabilizou 105 inscritos na audiência pública que vai discutir privatizações. Convocado pelo ministro Ricardo Lewandowski, o debate contará com representantes de Petrobras, Caixa e BNDES.

Nos e eles 2.0 Aliados de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB ao Planalto, dizem que a estratégia adotada pelo PT pode deixar a sigla de fora do segundo turno. Esses dirigentes partidários começam a tratar como possibilidade real a evolução da disputa para um embate entre a direita e a extrema direita, ou seja: o tucano contra Jair Bolsonaro (PSL).

Ampulheta Um desses aliados de Alckmin explica que será difícil fazer Fernando Haddad, o plano B do PT, ser conhecido na região Nordeste em apenas 30 dias.

Mina de ouro Questionado se haveria eleitorado identificado com a direita de tamanho suficiente para catapultar Alckmin e Bolsonaro, esse dirigente explicou que prevê a classificação de dois candidatos com menos de 20% –e que os indecisos serão o fiel da balança.

Aos poucos Segundo coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro, o candidato vai divulgar ao longo das próximas semanas estudos com detalhes de propostas que elencou em seu programa de governo, como a de criar um superministério.

Devagar Apesar de o plano pregar uma reforma da Previdência, ainda não há consenso na equipe de Bolsonaro sobre o modelo a ser adotado. Ele diz que quer tratar do tema com “calma e muito jeito”.

Foco Marina Silva (Rede) vai priorizar na campanha viagens para as 60 maiores cidades do Brasil. “Não sei se vai dar tempo, mas vamos tentar. E em avião de carreira”, diz o porta-voz da Rede, Pedro Ivo Batista.

Foco 2 Em agosto, a candidata ficará principalmente entre Rio e São Paulo, por causa dos debates. Nos intervalos, viajará ao Norte e ao Nordeste.


TIROTEIO

Jair Bolsonaro será desmoralizado. Suas mentiras e sua hipocrisia não convencerão por muito mais tempo

De Ivan Valente (PSOL-SP), sobre Bolsonaro ter mantido funcionária fantasma em Angra dos Reis (RJ), onde tem uma casa de veraneio