Após repercussão, ministros do STF sugerem que Congresso reduza valor de reajuste
Dia de ressaca A repercussão da decisão dos ministros do Supremo de aprovar um aumento de 16,38% nos próprios salários fez com que integrantes da corte entrassem em contato com a cúpula do Congresso sugerindo alternativas. Além de uma revisão da Lei da Magistratura que extinguisse auxílios hoje pagos a juízes, esses magistrados ressaltaram que a proposta aprovada pelo STF não é “impositiva”, estimulando parlamentares a, no limite, chancelarem um reajuste menor do que o sugerido.
Três vias Dirigentes de associações que defenderam o reajuste lembram que o ministro Gilmar Mendes, já na reunião administrativa do Supremo, sugeriu que a corte enviasse ao Congresso uma proposta de Lei Orgânica da Magistratura “minimalista”, que tratasse dos benefícios a juízes federais e estaduais.
Preço a pagar A ideia tem apoio, por exemplo, da Associação Nacional dos Procuradores da República. “Acreditamos que é uma discussão sadia e correta, que deve ser travada no Legislativo de modo transparente”, diz José Robalinho, presidente da ANPR.
Senhor do tempo O ministro Dias Toffoli, que vai assumir a presidência do STF no dia 13 de setembro, quer deixar o debate sobre o reajuste para depois da eleição. Ele disse a auxiliares que o tema não deve ser tratado antes do pleito. Acha que a discussão seria contaminada pela corrida eleitoral por ser impopular.
Último gesto Diante das várias derrotas de pedidos de liberdade para Lula, o PT vai voltar a pressionar o STF a rever a prisão em segunda instância. No dia 14, o ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz em 1980, será recebido pela presidente Cármen Lúcia. Fará um apelo para que ela paute o tema.
Ainda é cedo? O PT foi alertado para a possibilidade de ter que antecipar a retirada de Lula da disputa presidencial. O relato apresentado ao partido considera que há margem para o TSE concluir o julgamento do registro do ex-presidente até o fim deste mês, dia 30.
Por sua conta e risco Há risco, alertam advogados, de o tribunal nessa decisão não só cassar o registro do petista como também banir o partido do horário eleitoral, o que inviabilizaria de vez um plano B.
De prontidão Antes de ir ao debate da Band, nesta quinta (9), Jair Bolsonaro (PSL) almoçou com aliados em um hotel em SP e tirou um cochilo. O economista Paulo Guedes, principal ativo intelectual do grupo do deputado, estava à disposição caso ele quisesse sanar dúvidas.
Teleguiado Aliados do presidenciável do PSL apontavam ainda antes de sair para o evento qual seria o alvo preferencial. “Ele vai acabar com Ciro Gomes (PDT), que vai sair de ambulância de lá”, disse Gustavo Bebianno, presidente do partido de Bolsonaro.
Vida real O desenrolar do debate provou que o aliado de Bolsonaro fez uma aposta equivocada. O deputado não atacou Ciro. Ao contrário, quando interagiu com o pedetista evitou criticá-lo abertamente e lançou mão do humor para plantar dúvidas sobre as propostas do rival.
Afasta de mim Estudos feitos pela campanha de João Doria, o candidato do PSDB ao governo de paulista, mostram que o eleitorado o identifica como o candidato de Michel Temer (MDB). Por isso o tucano vai trabalhar para vincular Paulo Skaf, que é do MDB, ao nome do presidente.
Não custa nada tentar Parte das 150 empresas que foram multadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, por terem veículos bloqueando estradas durante a greve dos caminhoneiros vai tentar sensibilizar o magistrado a rever a cobrança.
Sem querer querendo Esse grupo alega que não participou ou incentivou o ato, mas que, ainda assim, seus veículos pararam porque não havia alternativa, já que as rodovias estavam fechadas.
Uma tacada só O ministro recusou pedidos de audiência dos representantes das empresas de transportes. Em vez de reuniões individuais, decidiu marcar audiência com todas as citadas, dia 20, para ouvir as alegações de uma vez.
A fatura Os empresários afirmam que, somando a perda de cargas às multas, talvez tenham que fechar as portas.
TIROTEIO
Chega a ser desumano pressionar o falido Estado brasileiro por reajuste enquanto 13 milhões estão desempregados
Do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sobre o Supremo aprovar proposta que prevê aumentar o salário dos ministros para R$ 39,3 mil