Haddad ganha apoio no PT para ser o vice de Lula, mas falta convencer PC do B
O satélite natural No fim da última reunião da cúpula do PT na noite deste sábado (4), o nome de Fernando Haddad já era tratado como única opção para a vaga de vice de Lula. O ex-prefeito de São Paulo tem o apoio da maioria na executiva do partido e as bênçãos do ex-presidente, que já teria dado sinais e, inclusive, redigido mensagem com essa orientação. O empecilho ao anúncio é o PC do B. A sigla resiste a fechar aliança com o PT sem ocupar um posto na chapa para a eleição presidencial.
Linha de frente Nos últimos dias, a tropa pró-Haddad foi encorpada por nomes de peso no partido, como Márcio Macêdo (SE), José Guimarães (CE) e Emidio de Souza (SP).
W.O. Os petistas escalaram um grupo para negociar com o PC do B. Argumentaram que, com o deslocamento de Ana Amélia (PP-RS) e Germano Rigotto (MDB-RS) para as vices de Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB), respectivamente, Manuela d’Ávila (PC do B-RS) seria fortíssima candidata ao Senado.
Vou só O PC do B não recebeu bem a oferta. Num cenário em que o PT decida mesmo bancar Haddad como vice de Lula, os comunistas ameaçam não abrir mão da candidatura de Manuela, com o discurso de que ela estaria dando visibilidade à legenda.
Uma mão lava a outra O PT aposta, porém, no peso dos acordos regionais que fechou com o PC do B em diversos estados. Sem essas alianças, os comunistas poderiam ter maiores dificuldades para superar a cláusula de barreira.
Palavra dada Em meio à polêmica instalada pela sinalização de que, sob sua gestão, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu encurtar o prazo para a definição de candidaturas, embolando os planos do PT, trecho de uma palestra do ministro Luiz Fux, o presidente da corte, causou polêmica entre advogados eleitorais.
Venda furada Fux falou na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Pará. Sem citar o nome de Lula, disse que um candidato claramente inelegível não pode provocar a Justiça apenas para disputar “sub judice”. “Eu sei que a justiça é cega, mas o juiz não é”, concluiu.
Sem sinal O Painel tentou contato com o ministro, mas ele não respondeu.
Dois coelhos O PSDB vai aproveitar a presença da senadora Ana Amélia como vice na chapa de Geraldo Alckmin para destinar à campanha presidencial parte do dinheiro que, por lei, terá que ser gasto com candidaturas femininas.
Ponta do lápis A Justiça determinou que 30% do fundo eleitoral dos partidos deve ser aplicado em campanhas de mulheres. No caso do PSDB, isso representa um total de R$ 55 milhões. A sigla prevê gastar R$ 43 milhões só com a eleição presidencial.
Cofre cheio Dos 35 partidos registrados no país, 22 já informaram ao TSE os critérios adotados para divisão do fundo eleitoral. Doze devem receber os recursos nesta semana: PSOL, PSDB, PMN, PR, Patriotas, PRTB, PRP, PV, PODE, SD, MDB e PPS.
Dever de casa Ao se preparar para a sabatina na GloboNews, na sexta (3), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) consultou assessores sobre temas específicos, como gargalos na economia e no agronegócio.
Cerimônia oficial Henrique Meirelles fez questão de bater o martelo sobre a indicação de Germano Rigotto para a vaga de vice em sua chapa ao lado de Michel Temer, dentro do Palácio do Jaburu, em Brasília.
Não curti João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, pôs dois prefeitos do partido em sua lista negra. José Auricchio Junior, de São Caetano do Sul, e Daniel Alonso, de Marília, lançaram filhos candidatos a deputado estadual no palanque de Márcio França (PSB), rival do tucano.
Parada geral Acordo entre os deputados estaduais deve paralisar a Assembleia Legislativa de São Paulo durante a campanha. Ficou definido que só projetos com consenso nas bancadas serão analisados.
TIROTEIO
Meu pai nunca fez política no tapetão, mas sempre com o povo. Minha filha demonstra que segue o exemplo dele
De Marcos Arraes, herdeiro de Miguel Arraes, sobre o acordo de PT e PSB que barrou a candidatura de Marília Arraes ao governo de PE