Ala do STF critica ação da ANPR que tenta viabilizar candidatura de procuradores

Diga a que veio A iniciativa da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) de ingressar com ação para que membros da carreira possam disputar as eleições sem deixarem seus cargos causou reações no STF. Dois integrantes da corte avaliam que o pleito é inviável. Um deles lembrou que, na constituinte, o Ministério Público brigou para ter as mesmas garantias que o Judiciário –o que trouxe vedações a reboque. O outro avaliou que o caso expõe a politização da instituição.

Legado A ação da ANPR, revelada pelo jornal “O Globo”, não beneficiaria procuradores que estejam no exercício do cargo e queiram se candidatar este ano porque, segundo as regras eleitorais, eles deveriam ter se desincompatibilizado. A associação fez o pedido para beneficiar quem se já encaixe nas normas.

Deu ruim Há pelo menos um caso, o do procurador Mário Lúcio Avelar, que está afastado por autorização de Raquel Dodge desde março. Ele concorreu ao governo do Tocantins na eleição suplementar, mas teve a candidatura impugnada justamente por ser membro do MPF.

Dono da bola O ministro Marco Aurélio Mello foi sorteado relator da ação da ANPR.

Deixa disso O Supremo está dividido a respeito do timing da análise do recurso que pede a liberdade de Lula e pode antecipar a discussão de sua inelegibilidade. Enquanto o ministro Edson Fachin, relator do caso, pede celeridade, colegas acham que é bobagem puxar a pauta para a corte.

Vai que é sua Esses magistrados acreditam que o melhor é deixar a análise da inelegibilidade de Lula com o Tribunal Superior Eleitoral, que seria o leito natural da discussão.

Não vale a pena Os advogados eleitorais do PT informaram o partido nesta quinta (2) que, na avaliação deles, o nome do candidato a vice de Lula deve ser formalizado até segunda (6). Havia dúvida sobre qual seria, no entendimento do TSE, o prazo limite para a apresentação das chapas.

Não vale a pena 2 A orientação dos advogados do PT cria um problema também para o PC do B, que havia se programado para esticar a decisão sobre aderir ou não a Lula até o dia 14.

Posto Ipiranga Responsável pelo programa econômico de Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes teve duas rodadas de reuniões com investidores nesta quinta (2). A principal dúvida da plateia: como o deputado poderia garantir governabilidade se, até aqui, não conseguiu fechar alianças?

Dividir e reinar Guedes disse que o pacto federativo e a descentralização de recursos para estados e municípios serão os eixos do plano do presidenciável. Ele acredita que o interesse de governadores e prefeitos deve engajar os parlamentares.

Rei do gado? O ingresso de Ana Amélia (PP-RS) na chapa de Geraldo Alckmin ao Planalto animou ruralistas –cujas bases flertam com Bolsonaro. O ex-presidente e conselheiro da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Junqueira, diz que, “a partir de agora, Alckmin é o candidato do agronegócio”.

Isqueiro O percentual de emedebistas que aprovou o nome de Henrique Meirelles para a disputa presidencial fez integrantes da sigla avaliarem que a oposição pública de Renan Calheiros (MDB-AL) ao ex-ministro acabou por apequenar o poder de fogo do alagoano. Ao todo, 85% disseram sim para a candidatura própria.

Pacote incompleto Fechada na nesta quinta (2), a aliança com o PHS adiciona 17 segundos de propaganda eleitoral e uma inserção e meia na grade de programação de Meirelles. Não há muita expectativa, porém, de que a estrela da pequena sigla, Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte, se engaje na campanha.

Meu salão, minha vida A dupla eleitoral formada por Álvaro Dias (Podemos) e Paulo Rabello de Castro (PSC) ganhou um apelido: chapa do laquê. Presidenciável e vice exibem sempre cabelos impecáveis.


TIROTEIO

O país que sonhamos não pode mais ser objeto de golpes, principalmente de parte dos que sabem o que é ser vítima deles

De André Figueiredo, líder do PDT na Câmara, sobre o pacto feito entre PT e PSB para tentar isolar Ciro Gomes (PDT) na disputa pelo Planalto