AGU indica que vai recorrer de decisão de Moro que blindou delatores

Hora do contra-ataque A cúpula da Advocacia-Geral da União deu sinais de que vai apresentar recurso para tentar derrubar a decisão de Sergio Moro que blindou delatores e empresas que fizeram leniência com a Lava Jato de ações de seis órgãos de controle. Detalhes da estratégia jurídica, como a instância a qual o procedimento seria endereçado, foram mantidos em sigilo, mas ganhou corpo o entendimento de que o ato do juiz de Curitiba prejudicou sobremaneira os trabalhos não só do TCU, mas da Receita e do Cade.

Dois lados Segundo integrantes da AGU, causou estranheza no órgão o fato de Moro ter atendido a reivindicação do Ministério Público Federal de proteger delatores e empresas sem ouvir a União, diretamente afetada pela decisão.

Tenho dito Em dezembro de 2017, a presidente do STF, Cármen Lúcia, negou pedido da Andrade Gutierrez para impedir o TCU de julgá-la por caso sobre Angra 3. A ministra não reconheceu a preponderância de acordo do MPF sobre ações de outros órgãos.

Dois a um Caminho semelhante foi seguido por Gilmar Mendes. O ministro proibiu o TCU de declarar a Andrade inidônea, mas admitiu cobranças para reparar o dano ao erário.

Meus motivos Ao justificar a medida, Moro salientou a necessidade de proteger delatores para preservar o instituto da colaboração premiada.

Vai, mas volta Entidades que representam juízes solicitaram audiências com ministros do STF para convencê-los a defender reajuste que incorpore o valor do auxílio-moradia.

Pandora Ministros do STF dizem que a polêmica atuação do ex-procurador Marcello Miller na defesa da JBS tem potencial para ampliar questionamentos sobre ao menos mais uma delação, a de Sergio Machado, fechada em 2016.

Pandora 2 Fernanda Tórtima, hoje indiciada por ter levado o ex-procurador à JBS, era a representante de Machado. Miller, que estava do outro lado do balcão, pilotou o caso na PGR. Em 2017, a PF considerou a colaboração ineficaz.

Criptografia Gleisi Hoffmann (PT-PR) acompanhou em casa o julgamento do STF que a absolveu. Sem transmissão ao vivo, dois assessores enviavam relatos em tempo real.

Águas passadas O candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, fez gestos enfáticos ao bloco capitaneado por DEM e PP durante jantar na terça (19). O presidenciável chegou a dizer que pediria, se fosse necessário, desculpas a Pauderney Avelino (DEM-AM), que o processa por injúria.

Par perfeito A cúpula do DEM ficou tão impressionada com o pedetista que, assim que ele saiu, começou a debater na frente dos outros integrantes do bloco como aprovar o nome de Ciro no partido.

Último a saber Marcos Pereira, do PRB, interrompeu a euforia. Lembrou que ainda não tinha acordo e indagou se alguma decisão havia sido tomada nas suas costas.

Não se irrite ACM Neto, presidente do DEM, contornou o mal estar com Pereira logo na manhã desta quarta (20).

Deu ruim A pesquisa qualitativa encomendada pelo PR para medir a viabilidade do empresário Josué Alencar como presidenciável foi um balde de água fria. Ele foi avaliado como muito desconhecido para ocupar o Planalto. Em Minas, rejeitaram a vinculação com Fernando Pimentel (PT).

Marca humana  Ironicamente, o estudo acabou evidenciando pontos fortes de Ciro Gomes. Conhecido, apesar de reconhecidamente boquirroto, é visto como experiente, com boa formação econômica e ficha limpa. Sua principal referência pessoal: “Foi casado com Patrícia Pilar”.

Bola de ferro A imagem de Geraldo Alckmin (PSDB) também foi testada. Ele é considerado um bom gestor, mas é visto como um político antigo. A imagem do PSDB prejudica sua avaliação. O escândalo mais mencionado nos grupos foi o do suposto desvio de merenda escolar em SP.


TIROTEIO

A decisão do Supremo confirma uma frase do meu tempo de guri: ‘cagueta’ não tem palavra! Tem que provar o que diz

Do deputado Esperidião Amin (PP-SC), sobre o STF ter absolvido Gleisi Hoffmann (PT-PR) por falta de corroboração das acusações