Ala do STF usa julgamento sobre coercitiva para dar recado contra justiçamento
Em linha de contenção Ministros do Supremo que ajudaram a formar a maioria que pôs fim às conduções coercitivas usaram o debate, nesta quinta (14), para enviar recados mais amplos, para dentro e para fora da corte. Após o julgamento, esses magistrados justificaram as longas e enfáticas falas como um alerta de que “a ideologia e o justiçamento” enfrentarão obstáculos no STF. Ricardo Lewandowski, quase em tom de desabafo, resumiu a sensação da ala vitoriosa: “Hoje, quem venceu foi a cidadania”.
Overdose Quem conhece o Supremo observa que, ainda que a posição pelo fim das coercitivas não tivesse prevalecido, o modelo de condução de investigados que se tornou célebre na Lava Jato não teria como prosperar da forma como era praticado.
Overdose 2 Entre os ministros que votaram pela coercitiva, a maioria condicionou a medida à intimação prévia, quesito que era ignorado pela força-tarefa. A presidente da corte, Cármen Lúcia, votou nesse sentido e condenou “amostragens circenses”.
Intramuros Alguns votos miraram o público interno. Ministros com forte tradição garantista se incomodaram com colegas que atrelaram posição contrária à coercitiva à proteção de corruptos. Por isso o esforço dos que vetaram o instrumento em emoldurar sua posição como uma defesa de direitos fundamentais.
À deriva Até dirigentes do MDB que apostavam na candidatura de Henrique Meirelles admitem que seu projeto corre risco de naufragar. Para eles, o ex-ministro da Fazenda perdeu apelo com a constatação, pelo Datafolha, de que a impopularidade recorde de Michel Temer está umbilicalmente ligada à insatisfação com a economia.
Céu aberto Aliado de Temer e chefe de escritório da Presidência em SP, Arlon Viana criticou nas redes a performance de Meirelles no “Roda Viva”: “Não foi apenas desastrosa. Foi cômica. Total inabilidade”.
Davi e Golias A tentativa de Geraldo Alckmin (PSDB) de rivalizar com Jair Bolsonaro (PSL) na internet é tarefa árdua. Pesquisa da FSB sobre a influência dos presidenciáveis nas redes, em maio, mostra que, enquanto o ex-capitão lidera o ranking no Facebook, o tucano aparece em 11º lugar.
Tempo urge O PSDB vai estrear um canal de denúncias de fake news. O objetivo é criar uma força-tarefa com o setor jurídico do partido para tirar notícias falsas sobre Alckmin do ar ainda na pré-campanha.
Um por todos “Quando você encontrar alguma mentira sobre o PSDB ou algum membro do nosso partido, denuncie. O nosso caminho é o da verdade”, diz o texto do site que receberá as queixas.
Manual Os auxiliares do tucano lançarão uma série de vídeos para ensinar militantes do partido a identificar e denunciar notícias falsas.
Pelas beiradas A pedido do presidenciável do PSDB, o ex-governador Marconi Perillo (GO) fará um raio-x para identificar estados em que a sigla pode compor com partidos do centrão. A ideia é se aproximar regionalmente e, daí, estabelecer pontes para a disputa presidencial.
Para ontem Tucanos trabalham para convencer o apresentador José Luiz Datena (DEM-SP) a anunciar candidatura ao Senado na chapa de João Doria (PSDB) já na semana que vem. A vaga de vice-governador também está reservada para o Democratas.
No laço O PSDB quer lançar Datena o quanto antes para minimizar as chances de reviravolta. O apresentador já acenou à política em outras ocasiões e, depois, mudou de ideia.
Encontro marcado A executiva do PDT decidiu lançar a candidatura de Ciro Gomes no dia 20 julho, apresentando 12 macro propostas como coluna vertebral da campanha.
Nosso povo A direção do PDT também decidiu que vai priorizar alianças com os partidos que se alinhem a esses compromissos. O gesto enfatiza aceno ao PSB e PC do B.
TIROTEIO
Moro admite que compartilhar prova é imperativo em razão do interesse público. Como excepcionar o imperativo?
Do ex-procurador-geral Claudio Fonteles, sobre decisão de Sergio Moro que blindou delatores e empreiteira de órgãos de controle