Hesitação de Temer sobre ação de militares irritou Forças Armadas

Alarme falso Em conversas reservadas, integrantes da cúpula das Forças Armadas demonstraram insatisfação com o fato de o governo Michel Temer ter editado um decreto para envolver militares na desobstrução de rodovias e, depois, ter atuado para coibir ações mais incisivas. Segundo esses relatos, os apelos do Planalto para que não houvesse abordagens diretas a caminhoneiros apenas confirmaram que o alcance e o anúncio da convocação foram impróprios e serviram apenas para expor as tropas.

Os desafinados As idas e vindas do governo não alarmaram apenas os militares. Integrantes do Congresso e do Judiciário criticaram a atuação claudicante do Planalto.

Meu jeito Auxiliares de Michel Temer dizem que foi preciso ajustar o tom para que a saída encontrada pelo governo conversasse com o estilo do presidente, que se apresenta como afeito ao diálogo.

Margem de erro O apoio expressivo da população aos paredistas, identificado ainda no início da semana em pesquisa interna do Planalto, ampliou o temor de que cenas de confronto estimulassem grandes manifestações de rua.

Melhor prevenir Avançaram as conversas dentro dos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda sobre a adoção de uma base de cálculo que “mitigue a volatilidade dos preços de combustíveis” –inclusive gasolina. As ideias estão sendo repassadas ao presidente da Petrobras, Pedro Parente.

Tempo ao tempo A principal tese é a que prevê a contabilização de perdas e ganhos sobre os valores dos combustíveis por um determinado período –fala-se em um mês– para que só ao final a média seja repassada ao consumidor.

Na ponta do lápis O aumento da gasolina alardeado nesta quarta (30) foi usado como exemplo. A variação do preço médio praticado pela Petrobras nas refinarias era, dia 21, R$ 2,0680. O desta quinta (31), R$ 1,9671. Ou seja, mesmo com o reajuste, houve queda acumulada.

Um refresco O governo enviará nos próximos dias ao Congresso medida provisória que destina os recursos das loterias para a Segurança. Vários estados estão à espera de dinheiro cuja liberação está atrelada a essa proposta.

Sujo e mal lavado A operação deflagrada pela PF no Ministério do Trabalho intensificou a divisão interna no PTB. Ala ligada ao presidente do partido, Roberto Jefferson, trabalha para minar a influência do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na pasta e indicar um nome para a secretaria-executiva.

Sujo e mal lavado 2 Edson Fachin, do STF, determinou nesta quarta (30) a prisão preventiva de Leonardo Arantes, que é sobrinho do parlamentar goiano e hoje ocupa o cargo. Jefferson foi alvo de medida semelhante, mas o Supremo negou sua detenção.

É trote No pedido da prisão já revogada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo, o Ministério Público Federal descreve o que foi visto como uma ameaça feita por Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, contra uma testemunha.

É trote 2 A peça diz que a mãe da testemunha “tem recebido telefonemas com estranhos sons, como o de uma mulher chorando, por um número sem identificação de bina”.

Sinais ocultos Na primeira vez em que foi preso e depois libertado por Mendes, Vieira concedeu entrevistas após deixar o cárcere. À revista Época, fez questão de posar com uma biografia de Geraldo Alckmin (PSDB), escrita por um ex-prefeito, hoje preso. Em 2016, o autor da obra disse à Folha que tentava fazer delação para denunciar irregularidades no tucanato.

Doria lá? Pesquisa registrada pelo DataPoder360 incluiu o tucano João Doria como opção para a vaga de presidenciável do PSDB. O ex-presidente Lula, que está preso, ficou de fora dos cenários de primeiro turno. O resultado será divulgado a partir de 4 de junho, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral.


TIROTEIO

O apoio da população à greve só se deu porque o governo agiu para impedir o caos maior e evitar a escassez de itens básicos

Do deputado Beto Mansur (MDB-SP), sobre o resultado da pesquisa Datafolha que mostra que 87% dos brasileiros apoiam o movimento