Após levante, Maia decide acelerar votação da reforma tributária na Câmara
Antes que seja tarde O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai acelerar a tramitação da reforma tributária, que prevê a unificação e redução de alguns impostos. Ele pediu ao relator da proposta, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que monte uma junta de tributaristas renomados. A ideia é fechar um texto para ser colocado em votação em comissão da Casa logo após o feriado desta semana. Maia tenta, com isso, dar uma resposta à mobilização social desencadeada pela paralisação dos caminhoneiros.
Sem gás Maia se reunirá com Hauly nesta terça (29). A tentativa de antecipar a votação esbarra em um problema: ninguém consegue assegurar o desembarque dos tributaristas em Brasília por causa dos cancelamentos de voos decorrentes da falta de combustível.
Salve-se quem puder Conversas sobre o impacto de eventual manutenção do levante dos caminhoneiros mesmo após o generoso pacote de medidas anunciado por Michel Temer tornaram-se frequentes em Brasília.
Salve-se quem puder 2 É consenso que o governo vive momento delicado e que, dada sua baixa popularidade, não seria possível prever o dia seguinte a manifestações de rua.
Esticar a corda Logo após o anúncio do presidente neste domingo (27), representantes dos caminhoneiros divulgaram áudio com ordem para manter a mobilização. “Depois que estiver no Diário Oficial, aí sim, faremos o anúncio de acabou”, diz a mensagem.
Vida real Diretores de unidades hospitalares começaram a entrar em contato com parlamentares para alertá-los de que, a partir desta segunda (28), temem não ter nem sequer funcionários para realizar procedimentos.
Não passará Siglas que querem barrar a candidatura de Dilma Rousseff (PT-MG) ao Senado se preparam para, caso ela seja mesmo registrada, ingressar com ação pedindo que a petista seja enquadrada na Lei da Ficha Limpa.
O verão passado A tese parte do princípio de que Dilma foi condenada por um colegiado –o Senado– no impeachment e, por isso, não poderia concorrer. Em pesquisa recente ela aparece empatada tecnicamente com Aécio Neves (PSDB-MG) na liderança.
Pelo retrovisor Pontos do acordo que Temer propôs aos caminhoneiros preocupam órgãos do governo. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), por exemplo, vê com extrema desconfiança o nivelamento de preços por meio de uma tabela de referência para fretes.
Pelo retrovisor 2 No formato apresentado pelo Planalto, essa tabela seria atualizada trimestralmente. Integrantes do Cade dizem que a proposta é um verdadeiro retrocesso e que pode levar a um “cartel institucionalizado”.
Não conte comigo A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as Federações das Indústrias também são contra o tabelamento de frete. Na avaliação das entidades, a fixação de preços mínimos infringe o princípio da livre-iniciativa e é ineficaz: não corrige o problema de excesso na oferta de caminhões.
Céu é o limite Para a CNI, a fixação de preços mínimos do frete levará ao aumento geral dos custos, em função da alta dependência de rodovias para o transporte de cargas e dos “riscos associados à indexação em um país com memória de alta inflacionária”.
Fake news Um vídeo que usa a logomarca do Vem Pra Rua –grupo que comandou manifestações pelo impeachment de Dilma de 2014 a 2016– circulou em grupos de WhatsApp convocando atos em apoio à greve dos caminhoneiros. A peça defende uma intervenção militar.
Fake news 2 O filme reúne imagens das jornadas de junho de 2013 e dos atos anti-Dilma. O Vem Pra Rua nunca foi um grupo que defendeu intervenção militar. Procurada, a assessoria do movimento disse que o vídeo é falso e não foi produzido nem distribuído por ele.
TIROTEIO
Grevistas e militaristas se juntam quando chega a zero a credibilidade da política. Democratas do Brasil, uni-vos
Do advogado Miguel Reale Jr., sobre o flerte da paralisação dos caminhoneiros com a intervenção militar