Ministro cobra providências contra procurador que chamou Temer de líder de organização criminosa

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, pedirá que a AGU (Advocacia-geral da União) tome providências contra o procurador que, em processo na primeira instância, classificou o presidente Michel Temer como “líder da organização criminosa do MDB da Câmara” e tratou as notícias de sua disposição em concorrer à reeleição como forma de “garantir a perpetuação do grupo criminoso no controle central” do país.

Segundo o ministro, o Ministério Público “quebrou o protocolo constitucional de convivência entre as instituições usando qualificativos no mínimo desairosos”, informam Daniela Lima e Daniel Carvalho.

A argumentação da Procuradoria consta de sentença na qual um juiz negou pedido de prisão de amigos de Temer, entendendo que não havia como presumir prática de crime da simples disposição de disputar as eleições.

“Vou enviar um aviso à advogada-Geral da União sobre os qualificativos que o procurador usou para se referir ao presidente e que estão transcritos na sentença do juiz”, explicou Torquato. “Na minha visão, o MPF quebrou o protocolo constitucional de convivência entre as instituições usando qualificativos no mínimo desairosos. E, consequentemente, fica também quebrado o protocolo de convivência com o titular da Presidência da República.”

A AGU precisaria identificar o autor do pedido do MPF. Trechos do pedido de prisão foram transcritos pelo juiz em sua sentença e publicados nesta quinta (12) na imprensa.

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