Decisões polêmicas são pré-estreia de Toffoli, que vai assumir o STF
Avant-première Próximo presidente do STF, Dias Toffoli dá sinais de que a condução da corte vai mudar sob suas mãos. Durante o julgamento em que a denúncia contra o senador Romero Jucá e o empresário Jorge Gerdau foi rejeitada, chegou a dizer que a acusação tentou “criminalizar a política”. Nesta quarta (28), surpreendeu ao cassar a decisão de um colega para mandar Paulo Maluf à prisão domiciliar. O gesto, raríssimo, foi visto no mundo jurídico como sua pré-estreia como protagonista no tribunal.
De baciada Toffoli foi relator do habeas corpus que, por maioria na Segunda Turma do Supremo, mandou Jorge Picciani (MDB-RJ) do presídio para a prisão domiciliar. Em outra decisão rumorosa, suspendeu a inelegibilidade de Demóstenes Torres, e liberou o ex-senador, cassado por ligações com um bicheiro, a concorrer este ano.
Peito de aço Todas as medidas foram proferidas num intervalo de menos de 24 horas, entre terça (27) e quarta (28). Quem acha que o ministro foi criticado, se engana. Integrantes de cortes superiores o chamaram de “corajoso”. Toffoli assume o STF em setembro.
Venham todos Depois do ataque a tiros, o PT quer propor uma campanha pela paz na política. Com o objetivo de conquistar o apoio de candidatos adversários, até mesmo da centro-direita, petistas dirão que o clima atual só beneficia o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
Plantar e colher A desastrada reação do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) à ofensiva sobre a caravana petista não impediu o presidente Michel Temer de cometer deslize semelhante. Henrique Meirelles (Fazenda) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saíram-se melhor entre os presidenciáveis do centro.
Dança das cadeiras Temer ainda não bateu o martelo sobre a nomeação de Gilberto Occhi, hoje presidente da Caixa, no Ministério da Saúde. Falta definir um substituto para o banco. O nome do vice-presidente de Habitação da estatal, Nelson Antonio de Souza, ganhou força.
Plano A O chanceler Aloysio Nunes (PSDB) almoçou com Temer nesta quarta (28) e deu todas as indicações de que quer permanecer no ministério. A nomeação de Eduardo Guardia na Fazenda sai semana que vem.
Menos é mais Com o ingresso de ao menos três candidatos abastados na corrida presidencial –João Amoedo (Novo), Meirelles e Flávio Rocha (PRB)-– cresce a torcida entre os tucanos para que o STF restrinja muito o autofinanciamento eleitoral.
Missão impossível Em meio à intensa negociação de Michel Temer com partidos da base para viabilizar sua candidatura à reeleição, um deputado narrou cena ocorrida durante a entrega de imóveis do Minha Casa, Minha Vida, nesta quarta (28), em Fortaleza, que crê dar a medida exato do desafio.
13 razões No ato, o ministro das Cidades, Alexandre Baldy (PP-GO), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), não mencionaram Temer. Além disso, o emedebista usou o palanque para defender Lula e condenar os ataques à caravana petista.
Ampulheta As conversas de João Doria (PSDB) com PP, DEM e PRB sobre uma aliança em torno de sua candidatura ao governo de SP só vão deslanchar após o fim da janela partidária, em 7 de abril.
Visita à Folha Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), visitou a Folha nesta quarta (28), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Junior Ruiz, assessor da Presidência; André Rebelo, assessor da Presidência para Assuntos Econômicos e Estratégicos; Daniela Mendes, assessora de imprensa; e Guilherme Barros, consultor de comunicação.
TIROTEIO
Alckmin, primeiro, disse o que pensa. Depois, o que é politicamente correto. Os que comemoram hoje podem ser vítimas amanhã.
DE MARCIO MACEDO, coordenador das caravanas do PT, sobre o governador de SP ter mudado o tom de sua fala sobre o ataque à comitiva de Lula após ser criticado.
CONTRAPONTO
Aos amigos tudo; aos inimigos…
Durante a sessão da Câmara da terça-feira (27), deputados reclamaram do aumento do valor da taxa que a Caixa cobra sempre que faz o repasse de recursos destinados por meio de emendas, em especial às prefeituras.
— Não se pode dar R$ 100 milhões para o futebol e descontar 10% de uma emenda que é para atender a uma rua — criticou o líder do PSDB, Nilson Leitão (MT).
— A Caixa teve lucro histórico… Não precisa cobrar dos municípios que vão atender à população — concordou Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Casa, que arrematou:
— E a última crítica que faço é a de que desses patrocínios todos, tirando os do Botafogo, são irrelevantes!