Em meio à especulação sobre reeleição, Temer quer reurbanizar favelas no Rio
Pacote completo Em meio às insinuações de que fez a intervenção federal no Rio para se catapultar eleitoralmente, o presidente Michel Temer mandou os ministros das Cidades, Alexandre Baldy, e do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, desenvolverem um conjunto de projetos estruturantes para o Estado. Está em marcha, por exemplo, um plano de reurbanização das favelas, baseado no tripé habitação, geração de emprego e qualificação profissional. A ação fluminense é a vitrine do Planalto hoje.
Acredite se quiser Ao mesmo tempo em que garante não pensar em reeleição, Temer, que encerra seu mandato este ano, tem dito a auxiliares que é preciso pensar no “depois de amanhã”. Ele avalia que a intervenção –decretada até 31 de dezembro– pode resolver o problema da segurança, mas quer ir além.
Econômico O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem falado pouquíssimo com o Planalto desde que a ação no Rio foi anunciada, há dez dias. Ele não discorda do mérito, mas da forma como o governo articulou a ofensiva em seu Estado.
Prato feito Presidenciável, Maia falou com o novo ministro da Segurança, Raul Jungmann, por telefone, na noite deste domingo (25). Desejou boa sorte. Os dois são amigos, mas novamente o Planalto só comunicou o deputado sobre o nome escolhido após a decisão ter sido tomada.
Todo ouvidos Após a possibilidade da criação de um novo imposto para financiar a segurança pública ter sido aventada, o DEM incluiu nos discursos de sua convenção, no dia 8, críticas à multiplicação de tributos. O tom é o de que o cidadão não pode pagar a conta da violência.
Não desiste nunca O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) remarcou sua participação no “Programa do Ratinho”. Ele vai gravar a entrevista para a atração popular do SBT na quinta (1º). Ainda em busca de um partido, tenta fazer deslanchar sua pretensão de disputar o Palácio do Planalto.
Sem foro, é Moro A busca e apreensão no apartamento de Jaques Wagner (PT-BA) ampliou a sensação de que ele não topará a empreitada de substituir o ex-presidente Lula na eleição. O baiano já havia falado mais de uma vez que prefere concorrer ao Congresso.
Fim de papo A PGR pediu o arquivamento de duas sindicâncias contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). O nome do tucano foi citado em investigações sobre escutas ilegais dentro de penitenciárias paulistas. A corregedoria da PF apurava se ele tinha responsabilidade no caso, pelo fato de administrar o Estado.
Fim de papo 2 O relator das ações no STJ, ministro Og Fernandes, levará o pedido da PGR para análise na próxima quarta (7).
No seu lugar Aliados de Alckmin têm estranhado que, mesmo após o anúncio de Pérsio Arida como coordenador do programa econômico do presidenciável, Roberto Giannetti da Fonseca continua indo a eventos nos quais é apresentado como o cabeça da equipe do tucano.
Favas contadas A rescisão da delação de Wesley Batista era dada como certa entre procuradores desde que ele foi denunciado pelo crime de insider trading, sob acusação de que teria usado informações do acordo de delação para lucrar no mercado.
Namoro no portão Deputados estaduais do MDB e cerca de 50 prefeitos da sigla vão se reunir com o vice-governador Márcio França (PSB-SP), nesta terça (27). Oficialmente, o encontro servirá para a expor o apoio da bancada à administração que ele iniciará em abril.
Novo em folha A Casa da Moeda elabora estudo com o BC para modernizar e mudar a cara do real. O projeto fica pronto neste ano.
TIROTEIO
O próximo passo vai ser avaliar quais as provas que foram contaminadas pelo agente duplo e que poderão vir a ser anuladas.
DE GUSTAVO GUEDES, que defendeu Temer no TSE, sobre a atuação do ex- procurador Marcello Miller ter levado à rescisão da delação de Wesley Batista.
CONTRAPONTO
São tantas emoções…
Em seu discurso de posse, nesta segunda (26), o novo presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro João Batista Brito Pereira, lembrou da infância em Sucupira do Norte (MA), fez referência à música “Carcará” e declamou Olavo Bilac. Reservou o fim de sua fala para agradecer às autoridades que compareceram ao ato.
Fez, entre outras, menção à presença de Henrique Meirelles (Fazenda), e emendou:
— Quero agradecer a presença de Diogo Nogueira…
A plateia estranhou a citação ao sambista, mas logo percebeu que se tratava de uma gafe. O destinatário do discurso era Dyogo Oliveira, ministro do Planejamento.