Relatora quer que União invista no Rio mesmo após o fim da intervenção

Painel

Além do horizonte Em seu relatório sobre o decreto de Michel Temer que estabeleceu a intervenção federal na segurança pública do Rio, a deputada Laura Carneiro (MDB-RJ) vai incluir sugestões para o período pós-intervenção. No texto, que será apresentado nesta segunda (19), na Câmara, a emedebista dirá que a ação só terá eficácia se o governo federal se comprometer com investimentos nas políticas de segurança e da área social a partir de 1º de janeiro de 2019, quando a operação terá acabado.

A saída A deputada vai sugerir que Temer faça um decreto complementar assegurando os recursos da União tanto para a intervenção como para o período posterior à ação. Dirá que a operação não terá sucesso se não houver compromisso com a continuidade dos trabalhos de combate à violência e desenvolvimento social.

Na sua conta Parlamentares da base do governo pediram no sábado (17) ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ele proponha um decreto complementar que repasse todas as despesas com pagamento de pessoal da segurança do Rio à União durante a intervenção.

Sem caixa Maia respondeu “que iria avaliar a possibilidade”. Os parlamentares dizem que o mínimo que o governo tem que fazer na reunião desta segunda (19) é apresentar uma previsão de aporte. Só com o Orçamento do Estado, afirmam, não vai dar. Em 2017, 98% dos recursos da segurança do Rio foram destinados para salários e custeio.

Letra da lei Advogados que acompanham o impasse em torno da nomeação de Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho dizem que o caso da deputada pode se arrastar por mais de um ano no Supremo sem que haja uma decisão sobre a legalidade do ato de Temer.

Tangente Relatora da ação, Cármen Lúcia pode negar o pedido de suspensão de liminar feito pela AGU sem entrar no mérito –alegando que não há grave lesão à ordem pública. A manutenção do impasse, porém, começou a alimentar críticas à ministra dentro do Supremo.

Mesma moeda Presidente do ITV, José Aníbal reagiu à provocação de aliados de João Doria (PSDB-SP): “Os três patetas não eram mentirosos e desleais. Não vendiam gato por lebre, não fraudaram os que neles confiaram”.

Tempo integral No dia em que Joesley Batista gravou Michel Temer no Palácio do Jaburu –7 de março de 2017–, Marcello Miller informou ter trabalhado 16 horas para a JBS. O dado consta em e-mail enviado pelo ex-procurador a Esther Flesch, a advogada que o levou para o escritório Trench Rossi Watanabe.

Coisas do destino Na comunicação interna, Miller, que ainda estava formalmente na PGR, disse ter ficado por conta do caso das 7h da manhã às 23h. No mesmo dia, Joesley ligou o gravador dentro do carro, a caminho da residência oficial de Temer, às 22h31.

Minuto a minuto O áudio da polêmica conversa do empresário com Temer tem 38 minutos e 56 segundos. Termina, portanto, pouco depois do horário em que Miller afirma ter concluído seus serviços. O ex-procurador sempre negou ter orientado Joesley a gravar autoridades.

Chapa quente O cronograma da delação voltou a ganhar atenções agora que a defesa do dono da JBS subiu o tom contra Miller e alegou que ele induziu o empresário a erro ao supostamente apresentar-se como alguém que já estava fora da PGR.

Timão, ê ô A eleição de Andrés Sanchez para a presidência do Corinthians foi celebrada no PT. Como a torcida do clube é enorme, a recondução do cartola é vista como garantia de votos para a sigla na disputa deste ano.

Folha, 97 A Folha completa hoje 97 anos.


TIROTEIO

Sem explicar como a nova pasta atuará, Temer anuncia o Ministério da Segurança só para tentar segurar seu governo até o fim.

DE JÚLIO DELGADO (MG), líder do PSB na Câmara, sobre, em meio à intervenção federal no Rio, o presidente decidir criar o 29º ministério de seu governo.


CONTRAPONTO

Plano de carreira 

Em outubro do ano passado, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), deu entrevista ao programa “No Mundo do Samba”, da Rádio Trianon.

Logo no início da conversa, um dos entrevistadores perguntou:

— Um portal repercutiu o senhor tocando chocalho e bumbo no Tucuruvi. Vai sair em alguma bateria de escola de samba em 2018?

O tucano não perdeu a chance de exaltar seus dotes:

— Eu gosto muito da percussão, toquei bateria quando era menino. Na Torcida Jovem do Santos, era sempre eu quem tocava o bumbo.