Clima pró-nova Previdência cresce, mas desempenho de PSDB e PSD ameaça reforma

Onde aperta o calo Uma primeira análise sobre o apoio à reforma da Previdência evidencia que o clima na Câmara a favor do projeto melhorou, embora ainda faltem cerca de 50 votos para viabilizar sua aprovação. O desempenho de dois partidos preocupa o Planalto e pode comprometer a proposta: PSDB e PSD. O primeiro, que tinha a mudança nas regras de aposentadoria como bandeira histórica, reconhece que hoje entregaria, no máximo, entre 25 e 30 votos. No PSD, contam com 15 dos 38 deputados.

Pare para comparar Enquanto o ideológico PSDB corre o risco de apenas metade de sua bancada apoiar a nova Previdência, o PP, chamado de fisiológico pelos tucanos, avisou ao presidente Michel Temer que vai entregar 40 dos 46 votos que tem na Câmara.

Haja o que houver Integrantes do PSD que apoiam o texto pediram mais tempo para tentar melhorar o desempenho da sigla. O líder do partido não apoia as mudanças e tem desestimulado adesões. A ideia do Planalto, porém, é levar a proposta ao plenário na próxima semana.

Mostrem a cara O grupo mais próximo a Temer tem dito que é preciso colocar o projeto em votação para saber “quem é quem”. E aconselhou o presidente a repetir o expediente usado para pressionar aliados a votarem contra as denúncias de que foi alvo: sem apoio, sem cargo.

Seu quintal O peemedebista, porém, precisa afinar a viola dentro do próprio partido. Cerca de dez deputados se são contra a proposta.

 

Meus termos A minuta do projeto do semipresidencialismo, articulada por Temer e pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, prevê a extinção do cargo de vice-presidente e a criação de um “contrato de coalizão”.

Papel passado O contrato seria celebrado pelos partidos que apoiam o presidente para balizar o programa de governo. Escolhido, o primeiro-ministro teria dez dias para apresentar a peça.

Vai rachar Dirigentes do PT apostam que Geraldo Alckmin (PSDB) não representará o “centro” na eleição presidencial sozinho. Avaliam que a base aliada de Temer apresentará um segundo nome, como Henrique Meirellles (Fazenda).

Pré-campanha O ministro da Fazenda contratou uma empresa para fazer a gestão de suas redes sociais. Meirelles está pagando a firma como pessoa física.

Me inclua O PP é um dos entusiastas da construção de uma chapa Rodrigo Maia/Henrique Meirelles.

Rebobine O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPI da JBS, pediu que o STF reveja a decisão que impediu a convocação de Eduardo Pelella, braço direito de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República, ao colegiado.

Tecnicidades Ataídes diz que, como chefe de gabinete de Janot, Pelella seria “uma autoridade administrativa interna”, sem “atribuições em seu ofício como membro do MPF”. Tenta convencer a corte de que a restrição à convocação de membros do Judiciário não se aplicaria. A peça é assinada por Alberto Caiscais, advogado-geral do Senado.

Trilha de Hollywood A deputada Erika Kokay (PT-DF) apresentou à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público requerimento de convocação do ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB). Quer que ele esclareça relatos de assédio moral e sexual no âmbito do Itamaraty.

Para a plateia A pedido de Gilberto Kassab (Comunicações), Temer vai assinar a MP que atualiza a lei da informática, no dia 8, em almoço, da Abinee. O texto inclui o investimento em inovação como contrapartida para o recebimento de benefícios.


TIROTEIO

O PSDB acertou. Mas, se Alckmin não conseguir pacificar a sigla, não terá condições de consolidar sua candidatura à Presidência.

DO SENADOR ROMERO JUCÁ (RR), presidente do PMDB, sobre a ascensão de Geraldo Alckmin ao comando do tucanato ante o risco de isolamento eleitoral.


CONTRAPONTO

Em busca de reconhecimento

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) elogiou, na reunião da Comissão de Assuntos Econômicos desta terça (28), relatório do colega Armando Monteiro (PTB-PE) que apontava caminhos para reduzir o Custo Brasil. Animado, disse que o documento deveria ser distribuído.

— Sugiro que comecem com os candidatos a presidente. E, se o meu partido quiser, basta jogar um aqui para trás que eu já recebo! — brincou, deixando claro que tenta se colocar na disputa pelo Planalto.

Nem todo mundo entendeu. Lindbergh Farias (PT-RJ) explicitou a confusão:

— Uai, mas agora o Huck já desistiu!