Em relatório final, PF incrimina Wesley Batista por lucro indevido da JBS no mercado de câmbio
Sem saída A Polícia Federal apresenta nesta terça-feira (10) o relatório final sobre a suspeita de que Wesley e Joesley Batista cometeram crime de insider trading ao obter lucro no mercado após a divulgação da delação da J&F. A peça tem mais de 100 páginas e reafirma a posição de Wesley como o mandante das negociações de câmbio. A PF diz que Joesley, à época chefe da FB Participações, controladora da JBS, operou em outras frentes. Ele não será incriminado pela compra de dólares.
Na ponta do lápis A PF elaborou um cronograma sobre as ações dos Batistas antes e depois de eles fecharem o acordo com a PGR. O relatório virá um dia depois de a Justiça negar o pedido de liberdade de Joesley e Wesley em troca do depósito de uma caução no valor que teria sido obtido ilegalmente.
O x da questão A corporação refuta a tese da defesa de que não houve crime e de que os Batistas já lucraram valores muito mais altos anteriormente. Dirá que a diferença crucial é que, desta vez, eles tinham informação privilegiada sobre a delação.
Sua vez A CPI da JBS vota nesta terça (10) o requerimento de convocação da advogada Fernanda Tórtima, que negociou a delação da J&F. Parlamentares querem explorar a relação dela com o ex-procurador Marcello Miller.
Um por todos O deputado Wadih Damous (PT-RJ) falará contra a convocação de Tórtima. Assim como ela, ele é do Rio. Ex-presidente da OAB no Estado, tentará sensibilizar os colegas defendendo prerrogativas da classe.
Na raiz Relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) tentará destrinçar a acusação de organização de criminosa em seu voto, nesta terça (10). Revisou cada tópico da tipificação do crime. Diz querer saber se há provas ou se a PGR fez “um jogo de palavras”.
Anéis e dedos O cargo de André Roston, chefe da Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo, entrou na lista de demandas de parlamentares que negociam votos para barrar a nova denúncia.
Veio a calhar Em recente audiência pública, Roston revelou que a fiscalização contra o trabalho escravo estava parada por falta de recursos. A fala irritou alas do governo federal.
Viva o rei Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, usou a comemoração dos 45 anos do Sebrae-SP, que também fica sob o comando dele, para promover sua gestão na entidade.
Viva o rei 2 Ao ligarem os computadores, os 1.200 funcionários do Sebrae paulista perceberam que, logo após o login, era exibido um vídeo de Skaf falando sobre o órgão. O acesso só era liberado depois do fim do filme.
Nada consta Procurado, o Sebrae afirmou que “não há promoção” e que o vídeo “faz parte de uma campanha interna”. “Nele, Skaf parabeniza todos os colaboradores pelo apoio aos pequenos negócios paulistas.”
Sem retorno O prefeito João Doria (PSDB-SP) avisou a aliados que vai dobrar a aposta. Sua próxima viagem será para Goiânia, dia 19. Auxiliares dizem que a queda na avaliação da gestão era esperada e que ele ainda tem gordura para queimar.
Meia palavra basta Em ato que reuniu Geraldo Alckmin e Doria pela primeira vez após o entreveiro entre o prefeito e o ex-governador Alberto Goldman, 80, o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro (PSDB-SP), pediu “respeito aos idosos”.
Quero ver Desafeto de Doria, o deputado estadual Carlos Bezerra (PSDB-SP) solicitou à prefeitura detalhes como nomes dos beneficiários e a lista atualizada das empresas que aderiram ao programa Trabalho Novo.
TIROTEIO
A falsidade ideológica, que significa que o conteúdo é falso e que Glaucos não recebeu o dinheiro, não precisa de perícia para provar.
DE JOSÉ ROBALINHO, da ANPR, sobre a defesa do ex-presidente Lula ter feito perícia nos recibos de aluguel do apartamento em São Bernardo do Campo.
CONTRAPONTO
Santo de casa não faz milagre
Nesta segunda (9), o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) pediu um aparte no discurso do colega Armando Monteiro (PTB-PE), que condenava a tentativa do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), de construir uma fábrica de hemoderivados em Maringá (PR), seu reduto eleitoral. A bancada de Pernambuco diz que a medida vai esvaziar a Hemobras, que funciona perto de Recife.
— Senador Armando, quero que me inclua nessa luta. Sou pernambucano — ressaltou Cristovam.
— Muito bem! Vou inclusive propor que o senhor seja designado árbitro dessa contenda — respondeu Monteiro.
— Aí eu não aceito. Não serei neutro!