‘Quem acha que fala em meu nome está enganado’, diz Maia; sem aceno, centrão se acerta com Temer
Bloco do eu sozinho “Quem acha que vocaliza algo em meu nome está enganado. Não crio um ambiente de três pessoas para estruturar algo. Não faço jogo.” A frase é do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta matar no nascedouro os rumores de que estaria alinhado à oposição para deteriorar a já frágil situação de Michel Temer. A postura desestimula dissidências no centrão. PP e PR, duas numerosas siglas do grupo, foram saciadas e descartam, agora, risco para o peemedebista.
Quem ganha A chegada da nova denúncia foi vantajosa para a base aliada. O PR, que tem o Ministério dos Transportes, não conseguiu o comando da Secretaria de Portos, mas ampliou sua presença no corpo da pasta. Deve entregar, de 38 votos, entre 28 e 30 para o presidente.
Pragmático Dirigentes do PP também avaliam que o clima de insatisfação na bancada foi contido. A legenda se considera contemplada e avalia que, com Temer entregando o que demandam, não vale arriscar mudar.
Mapa da guerra Mas nem tudo são flores no caminho do presidente. Há tensão no PSDB (como sempre), no DEM, que se incomodou com o avanço do PMDB sobre quadros que cobiça e, agora, no PSD. Líderes da sigla avisaram que o número de votos contra o Planalto aumentou.
Resgate Hoje, além dos 14 deputados que optaram pelo afastamento de Temer na primeira denúncia, mais dez dizem que podem debandar. O PSD tem Comunicações, Correios e Sebrae. Por isso, os sinais ainda não preocupam. O ministro Gilberto Kassab tem dito que não haverá aumento significativo nas defecções.
Triste fim Todos perderam. Foi essa a avaliação da maioria da bancada do PSDB da Câmara sobre o desfecho da polêmica nascida e criada pela própria sigla a respeito da indicação de Bonifácio de Andrada (MG) à relatoria da nova queixa contra o presidente.
Carapuça Desalojado da CCJ pela legenda, Bonifácio diz que o “PSDB é muito complicado” e que, se aceitasse a licença, iria se agredir. “Prefiro que ajam contra mim.”
Alvo preferencial Aliados de Temer acreditam que a conta sobre o eterno impasse no tucanato cairá novamente no colo de Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).
Baixar armas Integrantes da cúpula das Forças Armadas atuam para acalmar os que enxergam perigo e focos de tensão nas manifestações de militares da ativa e da reserva por intervenção. Dizem que as falas são isoladas e não configuram risco.
Ninguém tasca Apesar dos sinais de aliados de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de que ele pode optar por se filiar a outro partido, Adilson Barroso, presidente do PEN — sigla que mudou de nome para Patriota a pedido do parlamentar — está seguro de que o deputado cumprirá o acordo.
Pode chamuscar “Bolsonaro já me deu a palavra: vem para o Patriota. A única coisa que o deputado tem de radical é a honestidade”, afirma Barroso.
Todos os santos Depois da aparição no Círio de Nazaré, nesta sexta (6), João Doria, fará, no domingo (8), nova aproximação com religiosos. Será homenageado no “Movimento Você e a Paz”, em SP, do médium Divaldo Franco. O guru Sri Prem Baba também participará.
Meta O governador Geraldo Alckmin avisou sua equipe de que pretende fechar 2017 com pelo menos 10% das intenções de votos. No último Datafolha, apareceu com 8%, empatado com Doria.
De brinde O Senado diz que a locadora contratada para fornecer a nova frota foi quem decidiu enviar carros com teto solar e roda esportiva. A Casa não teria solicitado os mimos. O valor para a lavagem dos veículos também foi definido pela empresa.
TIROTEIO
Derrubar Dilma por pretextos e dizer agora que uma denúncia criminal com evidências é golpe é como querer ir para o céu sem morrer.
DO EX-MINISTRO JOSÉ EDUARDO CARDOZO, sobre o advogado do presidente Michel Temer afirmar que a nova denúncia da PGR é ‘tentativa de golpe’.
CONTRAPONTO
Na alegria e na tristeza…
A Câmara se preparava para apreciar a medida provisória que amplia o prazo para o pagamento de outorgas de aeroportos, no dia 26 de setembro, quando o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) apresentou requerimento para que a votação fosse nominal.
Todos os partidos da base do governo, que tinha pressa em avançar na pauta, orientaram seus deputados a rejeitar o pedido. Com isso, foram feitos pronunciamentos em série contra o expediente de Molon.
— Como vota o PSOL, deputado Chico Alencar (RJ)? — indagou Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Casa.
— O PSOL vota sim, por solidariedade à Rede!