Após citação em escândalo da J&F, Petrobras prepara fim de contrato com escritório de advocacia

Painel

Perdas e danos O Trench Rossi Watanabe começou a sentir os efeitos do envolvimento de seu nome na polêmica delação da J&F. A Petrobras contratou a firma em outubro de 2014 para atuar em duas frentes: auxílio à auditoria interna e apoio à banca que faz sua defesa nos EUA. No início deste mês, a estatal avisou ao escritório que ele não deve mais se envolver em suas causas do exterior. O trato para o suporte na auditoria foi renovado por um mês. Tempo suficiente para que o Trench conclua o que iniciou.

Apêndice O Trench foi acionado pela Petrobras para auxiliar o Comitê Especial da estatal, presidido por Ellen Gracie. O inferno astral da banca começou com a revelação de que ela havia contratado o ex-procurador Marcello Miller, pivô da crise entre a J&F, a PGR e o Supremo.

Sub judice O desfecho do contrato do Trench com a Petrobras será alvo de deliberação do Conselho de Administração da estatal que, procurada, não quis se pronunciar. A banca, por sua vez, disse que não comenta assuntos referentes aos seus clientes.

Case Presidente da CPI da JBS, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) apresentou, na noite desta quarta (20), projeto que cria quarentena para integrantes do Ministério Público. O texto proíbe o exercício da advocacia por três anos a contar da data de afastamento do cargo.

Oportuno O imbróglio de Miller motivou a iniciativa. Ataídes, inicialmente, queria que a quarentena fosse proposta ao final da CPI, mas decidiu se antecipar para que o projeto não perca o sentido caso a comissão se estenda.

Só entre nós Advogados que atuaram na delação da J&F querem evitar depor à CPI. Sugeriram ao relator da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), que peça informações por escrito antes de uma convocação. Argumentam que as tratativas com clientes é protegida por lei.

Decisão colegiada Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) foi orientado a consultar o partido antes de definir quem será o relator da nova denúncia contra o presidente Michel Temer.

Ninguém tasca Procurado, Pacheco disse que não aceitará interferência e que a escolha do relator é competência do presidente da CCJ.

Quem escolhe? Aliados do governador Geraldo Alckmin e do prefeito de SP, João Doria, já discutem como seria uma prévia entre eles. O cenário é improvável, mas ainda assim existe discordância. A turma do primeiro prevê uma consulta a dirigentes e portadores de mandato. A do segundo quer votação entre todos os filiados.

Realidade virtual Doria se tornou o alvo preferencial de críticas e ironias ao seu estilo de trabalho no grupo de WhatsApp dos secretários do governador de São Paulo.

Fatura O diretório nacional do PT vai avaliar nesta quinta (21) um pedido de suspensão imediata do ex-ministro Antonio Palocci. Ele implodiu o ex-presidente Lula em depoimento a Sergio Moro e está para concluir delação. A solicitação virá da tendência Articulação de Esquerda.

Lados opostos Um novo ingrediente contribui para o desgaste da já frágil relação entre o ministro João Otávio de Noronha e a presidente do STJ, Laurita Vaz. O primeiro apoia a juíza Daniele Maranhão Costa para a vaga de desembargadora do TRF da 1ª Região. A segunda faz gosto da indicação de Rafael Paulo Soares Pinto.

Visita à Folha O general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, comandante do Exército, visitou a Folha nesta quarta-feira (20). Estava acompanhado do general de divisão Otávio Santana do Rêgo Barros, chefe do Centro de Comunicação Social, e do coronel Alcides Valeriano de Faria Junior, chefe da Divisão de Relações com a Mídia.


TIROTEIO

O Brasil está à deriva! Há um divórcio entre o presidente e o povo, entre líderes e liderados. Não farão em 4 dias o que não fizeram em 4 anos.

DA SENADORA VANESSA GRAZZIOTIN (PC do B-AM), sobre a tentativa de articular um acordo entre o Senado e Câmara para aprovar a reforma política.


CONTRAPONTO

Crise de identidade

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado iria iniciar nesta quarta (20) o debate do projeto que pede a redução da maioridade penal, quando Lindbergh Farias (PT-RJ) pediu que a análise da proposta fosse adiada para a semana que vem. Alegou que estava tarde e que não havia quorum alto.

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) elogiou o bom senso do petista e o presidente do colegiado, Edison Lobão (PMDB-MA), concordou com o pedido. Foi quando o tucano, que faz oposição ao PT, fez uma reflexão:

— Estou meio preocupado comigo mesmo. Tenho concordado muito com o Lindbergh!