Irritado com o espaço do PSDB, PMDB da Câmara agora prega boicote a projetos de Temer
Dando que se recebe Extremamente irritado com o tratamento dispensado ao PSDB, o PMDB na Câmara prega o boicote à votação de qualquer projeto do governo até o presidente receber a bancada. Uma foto do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ladeado por prefeitos dentro do Ministério das Cidades detonou a crise. O deputado Hugo Motta, que é do PMDB na Paraíba, afirmou aos colegas que “todos os limites de paciência no aguardo de um gesto de reciprocidade” do Planalto se esgotaram.
Eu lembro! Os deputados do PMDB lembraram, nas discussões no grupo da bancada, que Cunha Lima disse a investidores, logo após a denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer, que o presidente cairia em 15 dias.
Tenha dó Motta escreveu: “Se essa bancada realmente quiser se salvar, não podemos votar mais nada até o presidente conversar conosco”. “Não dá mais.”
Sem freio Deputados mais próximos a Temer tentaram conter o movimento, mas relatam que houve “comoção” entre os parlamentares do PMDB. Dizem que é “desproporcional a força do PSDB dentro do governo” sendo que “somos nós que damos a cara para o povo bater.”
No seu quintal O PMDB quer a presidência da Eletronorte, hoje nas mãos de um aliado do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). O paraense é muito próximo a Tasso Jereissati (CE), defensor da tese de que a sigla deveria abandonar o governo.
Sem rancor Após o ato oficial ao lado de Geraldo Alckmin (SP), nesta quinta-feira (24), Temer convidou o tucano para um café. Apontado como mentor da rebelião da bancada paulista contra o presidente na votação da denúncia, o governador bateu papo com o peemedebista por 30 minutos.
Regressiva Aliados do presidente apostam que Rodrigo Janot apresentará a segunda denúncia durante a viagem de Temer à China. Ele embarca na terça, dia 29.
Representado Como sempre sofre reveses durante suas ausências, o peemedebista decidiu deixar parte do primeiro escalão de prontidão em Brasília. Henrique Meirelles (Fazenda), por exemplo, não irá à China. A nova meta fiscal será votada no dia em que o presidente viaja.
Mais um Chegou nesta semana ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) um novo pedido de abertura de inquérito contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), que tem como base a delação da Odebrecht.
Pecado Ex-executivos da empreiteira relataram repasse de R$ 13,5 milhões a Pimentel, então ministro de Dilma Rousseff. O governador sempre negou ato ilícito.
Precavida A futura procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, vai aguardar sua posse, em setembro, para acessar detalhes de casos sigilosos, como os da Lava Jato.
Não fecha O plano de carreira criado por Guido Mantega, em 2013, é apontado como fator determinante para a decisão de privatizar a Casa da Moeda. O custeio disparou e a receita do órgão desabou. De lá para cá, o lucro líquido da estatal recuou de R$ 774 milhões para R$ 60 milhões.
Casal improvável A dobradinha de Lindbergh Farias (PT-RJ) e José Serra (PSDB-SP) contra a criação da TLP (Taxa de Longo Prazo) ganhou um apelido no Planalto: “A Bela e a Fera”.
Brinca com fogo Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) avisou ao Planalto que a medida provisória que fará salvaguardas à reforma trabalhista precisa ser editada o quanto antes. A demora do texto já é explorada pela oposição.
Não passará Jucá também ressaltou que não há chance de aprovarem um mecanismo que substitua o extinto imposto sindical.
TIROTEIO
Meu erro foi não ter seguido o que disse um colega: ‘Voto tudo desde que seja para 2050’. Fosse assim, aprovaríamos por aclamação.
DE VICENTE CÂNDIDO (PT-SP), relator da reforma política na Câmara, sobre a possibilidade de o sistema eleitoral e o financiamento não serem alterados.
CONTRAPONTO
No muro, mas nem tanto
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, promoveu na quarta-feira (23) uma sessão de perguntas e respostas, ao vivo, na sua página no Twitter.
O tucano respondeu a 16 questões pré-selecionadas por sua equipe sobre o cenário político nacional e estadual. Uma pergunta, porém, destoou das demais:
— O São Paulo vai cair? — questionou Patrick Santana.
— Ô pergunta difícil. Eu espero que não caia. É um grande time — respondeu o governador, santista, num raciocínio político. Ele, porém, não conseguiu encerrar a fala sem dar pistas sobre sua torcida:
— Mas quero fazer um alerta: o peixe vai nadar!