Governo Temer quer acabar com aluguel de imóveis para órgãos federais e economizar R$ 1,6 bilhão

Fazer o dever de casa O governo federal prepara um pacote de medidas para cortar gastos no Executivo. Quer, por exemplo, zerar os custos de aluguel de imóveis para órgãos públicos. A Secretaria de Patrimônio da União finaliza estudo que guiará a redistribuição de repartições que hoje estão em prédios de terceiros. A mudança traria uma economia de R$ 1,6 bilhão por ano. O discurso do ajuste ganha força no momento em que o Planalto busca apoio para aprovar propostas que aumentem a arrecadação.

O pai Romero Jucá (PMDB-RR) está oficialmente fora do governo, mas deixou suas digitais não só nas propostas de privatizações, concessões e cortes de gastos, mas também na liberação do saque de PIS/Pasep para idosos e na criação do BNDES Giro. Não é ministro, mas parece.

Pela raiz O anúncio da elaboração de um PDV (Programa de Desligamento Voluntário) para cortar 500 funcionários da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação, causou imediata reação interna. Quadros antigos da estatal dizem que, se o governo quer cortar gastos, basta limar os 421 cargos comissionados.

Deu Nos últimos dois dias, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi pressionado por aliados de Michel Temer a colocar a reforma política em votação mesmo sem a garantia de aprovação das mudanças. Ouviu que havia passado da hora de a Câmara se dedicar a outros temas.

Menos é menos O ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, apresentou a Maia proposta de novas regras para a propaganda eleitoral. Ele sugere a proibição de gravações externas, da contratação de atores e da exibição de efeitos especiais nas peças.

Foco O ministro propõe que a propaganda exiba “exclusivamente o pronunciamento do candidato”.

Só ele? Com a chegada da condenação de Lula a 9 anos e seis meses ao Tribunal Regional Federal, petistas começaram a inflar o discurso de que, se a corte der andamento mais célere e fora do padrão ao processo do petista, caracterizará perseguição política.

Anticorpos A ofensiva da Lava Jato sobre Tiago Cedraz, filho de Aroldo Cedraz, do TCU, foi o assunto da corte nesta quarta (23). O ministro passou rapidamente pelo tribunal. Disse aos colegas que estava com uma gripe forte.

Crianças… O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso atuou pela conciliação dos tucanos. Ele diz não apoiar qualquer tentativa de tirar Tasso Jereissati (CE) do comando do partido e alerta que a guerra aberta travada na sigla é improdutiva.


Parem! “A briga sem conteúdo não ajuda a ninguém. Dela estou fora”, afirma FHC. “Precisamos nos preparar para revigorar o programa e o estilo do PSDB. São condições necessárias para termos chances de vitória em 2018.”

Ver para crer As duas alas do PSDB receberam com desconfiança o acordo entre Tasso e Aécio Neves (MG). O cearense continuará presidente interino da sigla, mas deve fazer um gesto público de apoio aos quatro tucanos que estão no governo.

Ver para crer 2 Os deputados pró-desembarque acham que Tasso deveria manter o discurso de que os ministros da sigla que estão com Michel Temer o fazem por opção pessoal. Já a ala pró-governo espera que o senador diga que eles contam com o suporte da legenda.

Peguei! O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) recebeu a cúpula do PV, na segunda (21). O partido acenou com uma aliança em torno da candidatura dele ao Planalto.

Peguei 2 A reunião ocorreu quatro dias após João Doria — que trava com Alckmin uma disputa velada pelo posto de presidenciável — tirar de Gilberto Natalini (PV) a Secretaria do Meio Ambiente. O prefeito quer abrir espaço para o PR em sua gestão.


TIROTEIO

Depois da troca de quatros nomes em oito meses, fica claro para todos que o problema não são os secretários, mas sim o prefeito.

DO VEREADOR ANTONIO DONATO, líder do PT na Câmara paulistana, sobre a demissão do secretário do Verde, Gilberto Natalini (PV), do governo João Doria.


CONTRAPONTO

Neologismo da carestia

Ao debater o custo Brasil em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, na terça-feira (22), o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, dizia aos parlamentares que a crise econômica trouxe ao país o que chamou de “desemprego conjuntural”:

— Não é conjugal, hein, gente? — brincou.

Para que os senadores entrassem na brincadeira do convidado, Tasso Jereissati (PSDB-CE) emendou:

— Desemprego conjugal é quando o camarada perde o emprego e a mulher ao mesmo tempo.

Afif devolveu:

— Pronto! Está definido aqui o novo conceito!