Para frear pressão sobre Temer, deputados levantam pedidos de impeachment de Janot

Painel

Senhor do tempo Na tentativa de frear a pressão pela avaliação dos pedidos de impeachment de Michel Temer, aliados do presidente levantaram solicitações de afastamento de Rodrigo Janot que estão represadas no Senado. O documento lista nove ofensivas contra o chefe da PGR. A ação mais antiga é da pena de Fernando Collor (PTC-AL) — alvo da Lava Jato — e data de 2015. Os dados podem ser usados para dar força ao argumento de que só o Legislativo tem a batuta para definir o ritmo desses casos.

Culpa dele Os aliados de Temer decidiram vasculhar o histórico de pedidos de impeachment de Janot depois que Claudio Lamachia, da OAB, foi ao Supremo para tentar obrigar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a despachar as solicitações de afastamento feitas contra o peemedebista.

Na paz Há um mês, quando estiveram em Nova York para participar de evento do Brazil Institute, Janot e o ministro da Justiça, Torquato Jardim, jantaram juntos.

Amenidades A PGR diz que o encontro foi proposto pelo auxiliar de Temer e que as investigações contra o presidente não entraram em pauta. Janot foi acompanhado da mulher. Torquato estava com uma assessora. Procurado, o Ministério da Justiça não se pronunciou.

Ao trabalho! A corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) quer apertar a fiscalização sobre o rendimento de juízes e desembargadores. O órgão vai abrir ao menos dez procedimentos para investigar casos de magistrados que apresentaram baixa produtividade neste ano.

Mãozinha Numa demonstração de que apostam na candidatura de João Doria a presidente, integrantes da executiva estadual do PSDB de SP, tradicionalmente ligada ao governador Geraldo Alckmin, têm ajudado o prefeito a estreitar contatos com dirigentes de outros partidos.

Comitiva Doria tem usado as viagens que faz pelo país para conversar com nomes do PSB, DEM e PV. Nesta semana, o prefeito fará apenas uma aparição fora de SP. Irá a Vila Velha (ES).

Mais um Tucanos da ala governista acham que Tasso Jereissati (CE) mira mais do que só a presidência da sigla ao se mostrar contra a aliança com o Planalto. Sua meta seria voar mais alto em 2018.

Munição Uma das principais vozes de oposição à agenda de Temer, Renan Calheiros (PMDB-AL) usará dados da Ouvidoria do Senado para fazer campanha no Congresso contra a aprovação da reforma da Previdência.

A voz do povo Assim que assumiu o posto de ouvidor da Casa, semana passada, Renan pediu para separarem todas as mensagens sobre as reformas propostas pelo governo. Os dados preliminares indicam que, nos últimos meses, foram mais de 500 mil manifestações.

Deu ruim A Fundação Perseu Abramo, do PT, alugou um canal de satélite para fazer a transmissão ao vivo da caravana do ex-presidente Lula pelo Nordeste. O sinal, porém, não funcionou tão bem nos primeiros dias do ato.

Tempo real Na quinta (17), dentro do ônibus, na Bahia, Lula chamou a atenção de sua equipe porque ela não conseguia colocar o vídeo no ar. “Estamos 30 minutos atrasados”, disse, numa comparação com a cobertura que os aliados faziam com o telefone celular.

Ser ou não ser Sem conseguir bater o martelo sobre a necessidade de adotar um novo nome, o DEM decidiu encomendar uma pesquisa para mensurar a receptividade da população às opções que estão em estudo na sigla.

Sem mais Um grupo apartidário que promove atos de combate à corrupção fez chegar ao partido que a sigla Mude, uma das preferidas dos que defendem a troca, é usada por ele há dois anos.


TIROTEIO

Mudam os nomes, mas não mudam os personagens. As novas roupagens das velhas siglas não conseguirão enganar os eleitores.

DE ELIANA CALMON, ministra aposentada do STJ, sobre as legendas que, agora, se apresentam como movimentos para driblar o desgaste da classe política.


CONTRAPONTO

Em memória dela

Na terça-feira (15), pouco antes de a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovar o projeto que torna crime de responsabilidade mudar a meta de deficit fiscal no segundo semestre, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sustentou que a proposta daria margem à interpretação de que o presidente Michel Temer cometeu infrações ao mexer nas previsões para 2017 e 2018.

— Significa o impeachment de Temer! — bradou.

Flexa Ribeiro (PSDB-PA), então, fez piada com o petista, lembrando uma polêmica frase de Dilma Rousseff:

— Senador, fique tranquilo. Pode deixar que, quando atingirmos a meta, nós vamos dobrá-la!