Em disputa velada com Alckmin, Doria quer emplacar aliados na direção nacional do PSDB
De dentro para fora Após alardear os acenos feitos pelo DEM e pelo PMDB, João Doria vai trabalhar para ganhar musculatura dentro do próprio partido. O gesto é mais um movimento do prefeito de São Paulo na disputa surda que trava com o governador Geraldo Alckmin pelo posto de presidenciável em 2018. Doria quer emplacar aliados em posições estratégicas na direção do PSDB. Tentará alocar o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, na executiva nacional, e o de Santo André, Paulo Serra, na estadual.
Lá e cá Prefeito tucano com mais exposição, Doria dirá que seu pleito reproduz o anseio de outros chefes de municípios filiados à sigla, dentro e fora de São Paulo, que não se sentem representados na direção do PSDB.
Onde mira Doria sabe que Alckmin e a cúpula do PSDB trabalham para oficializar a proposta de lançamento do candidato do partido à Presidência em dezembro. Ele discorda do calendário e, com aliados na direção da sigla, teria chances de alterar o cronograma.
Não ouse Alckmista, o deputado Vanderlei Macris (SP) dá o tom sobre a impressão do grupo do governador a respeito da mobilização de Doria. “Conheço o João Doria e acredito que ele não cometeria uma traição dessas.”
Braços abertos Antes de anunciar sua desfiliação do PMDB, o deputado Sérgio Zveiter (RJ) se reuniu com Álvaro Dias (PR). Pré-candidato do Podemos ao Planalto, Dias disse que seu partido tem interesse em filiar o carioca e sinalizou que ele poderia concorrer ao Senado em 2018.
Consolação No lugar de Zveiter na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o PMDB deve colocar o ex-ministro Osmar Serraglio, que teve sua relação com Temer desgastada quando foi tirado do comando da Justiça.
Dois é demais Depois de deputados aprovarem em comissão na Câmara a criação de um caixa público com R$ 3,6 bilhões para financiar campanhas, Roberto de Lucena (PV-SP) apresentará projeto que propõe extinguir o atual fundo partidário.
Prova dos nove O deputado sugere que as siglas sejam financiadas pelos próprios filiados e não dependam mais de recursos do Orçamento: “Os partidos que têm conexão com a sociedade terão condição de ser manter”.
Já volto Em meio à expectativa de uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer, a equipe do procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, debruçou-se nos últimos dias sobre inquéritos relacionados a outros partidos. Há investigações contra membros de PP, PT e PMDB.
Prepara Os investigadores esperam concluir na próxima semana a denúncia contra a cúpula do PP.
Fato e versão A equipe de Janot minimizou o fato de o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, não ter incluído Temer no inquérito que apura o “quadrilhão” do PMDB. Os investigadores dizem agora que o pedido só foi feito para que a Polícia Federal pudesse fazer “poucas diligências”.
Mais do mesmo Depois de exonerar por suspeita de conflito de interesses o auditor-geral, o diretor de atendimento e o chefe da Procuradoria Federal do INSS, o governo acalmou o deputado que fez as indicações, o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE).
Tente outra vez Na quinta-feira (10), o Planalto informou a Moura que, mesmo após os problemas criados por seus apadrinhados, ele poderá indicar os novos ocupantes das vagas.
Jogo de tabuleiro Nesta sexta-feira (11), Temer fez uma série de ligações para integrantes da base na Câmara para medir a temperatura sobre a reforma da Previdência. Tenta mapear o tamanho da rebelião entre os aliados que resistem a votar a proposta.
TIROTEIO
É preciso estabelecer uma regra de transição que não fuja à Constituição. Não se pode consertar o Brasil de forma retroativa.
DE MARCO AURÉLIO MELLO, ministro do STF, sobre a proposta que prega a adoção de um mandato de dez anos para magistrados de tribunais superiores.
CONTRAPONTO
Casual day
De calça jeans, camisa polo e suéter, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começou sua fala na FGV, nesta sexta (11), justificando o traje que escolheu para abrir o painel “Desafios para o Brasil: A agenda de reformas e a segurança pública no Rio de Janeiro”.
— Agradeço a oportunidade de estar na minha cidade, onde me dou o direito de vir de calça jeans e camisa polo. Botei um casaco para ficar um pouquinho melhor.
E emendou:
— Quando não era presidente da Câmara, o que eu mais gostava era poder sair do Congresso na quinta, ir para o aeroporto, tirar o terno e botar a calça jeans.