Centrão cobra Temer a decidir se vai remanejar ministérios de siglas que racharam sobre denúncia

Painel

Com quem andas O centrão deu prazo até segunda-feira (7) para que Michel Temer informe qual o tratamento dispensará a partidos que se dividiram na votação de sua denúncia. Miram ministérios destinados não só ao PSDB, mas também ao PV (Meio Ambiente) e ao PPS (Defesa). Dizem que o comportamento do Planalto agora vai sinalizar se “vale a pena, ou se tanto faz ser leal” e ressaltam que as infidelidades não se deram em uma votação qualquer, mas na que valia a cabeça do presidente.

Não estamos sós Dirigentes de siglas desse grupo dizem que não são os únicos a se sentirem “injustiçados” e que o PMDB, partido de Temer, também não foi contemplado com espaços no governo como merece.

A peso de ouro Dirigentes do centrão afirmam que é “irracional” deixar os tucanos com a articulação política e mais três ministérios, sendo que a ala do PSDB que apoia o governo só conseguiu 22 votos contra a denúncia de Temer na Câmara. Indagam se o governo acha razoável destinar “um ministério para cada cinco deputados”.

Fizeram tudo Temer está profundamente dividido. Sabe que Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Bruno Araújo (Cidades) trabalharam muito para que ele obtivesse uma vitória no placar da bancada tucana na quarta-feira (2), dia em que o plenário decidiu não autorizar o processamento da denúncia.

É sério isso? O centrão também ironiza o esforço do governo em tratar como prioridade a reforma da Previdência. Dizem que, antes da reforma política, nada passará, e que “no desenho atual” — ou seja, sem uma reforma ministerial — nenhum de seus líderes se empenhará em sequer discutir o assunto.

História sem fim A disputa no PSDB parece não ter mais fim. Depois que a ala que defendia o desembarque do governo Temer decidiu criar o grupo “Mário Covas” para debater novo programa para o PSDB, o polo oposto a ela na sigla articula lançar a frente “Franco Montoro”, para tratar do mesmo tema.

Primeira parada Dilma Rousseff confirmou viagem em setembro para a Europa. A agenda tratará exclusivamente de dois temas: a defesa do ex-presidente Lula e a importância da restauração da democracia no País.

Detalhes Dilma falou sobre o discurso que empunhará no exterior em defesa de seu padrinho político em reunião com dirigentes do PT, nesta sexta-feira (4), em São Paulo. Presidente da sigla, Gleisi Hoffmann participou.

Letras garrafais Renan Calheiros (PMDB-AL) já enviou recados ao governo de que a medida provisória da reforma trabalhista não passará incólume pelo Congresso. O senador tem reunido uma série de informações para deixar sua digital no texto que será enviado pelo governo.

Carrega na tinta Renan, um dos principais opositores à reforma no Senado e crítico da estratégia do governo de não alterar o texto votado pela Câmara, diz que a medida provisória é a “chance de redenção do Congresso”, “de fazer correções e cumprir o papel de legislador”.

Delação à vista? A prisão de Paulo Taques, ex-secretário da Casa Civil de Mato Grosso, nesta sexta (4), ampliou a expectativa de que ele atribua ao governador Pedro Taques (PSDB-MT), de quem é primo, a determinação para que juízes, jornalistas e deputados fossem grampeados ilegalmente no Estado.

Visitas à Folha Fabio Schvartsman, presidente da Vale S.A., visitou a Folha nesta sexta (4), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Mônica Ferreira, gerente-geral de assessoria de imprensa e mídias digitais.

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) visitou a Folha nesta sexta (4). Estava acompanhado de Marcelo Aguirre, assessor parlamentar.


TIROTEIO

Espero que Tasso seja o presidente de todos, e não o líder da implosão. Se vocalizar só a visão da minoria, me inclua fora dessa.

DO DEPUTADO MARCUS PESTANA (PSDB-MG), sobre a permanência de Tasso Jereissati (CE), que prega a saída do governo, no comando do partido rachado.


CONTRAPONTO

Velha roupa colorida

O ex-governador de São Paulo André Franco Montoro começou sua carreira política na década de 1950, quando entrou no PDC (Partido Democrata Cristão). Foi eleito pela primeira vez em 1952, como vereador, mas não chegou a concluir o mandato.

— Na eleição para presidente da Câmara Municipal, surgiu uma figura chamada William Salem, que barbarizou e comprou votos para ser ser eleito — conta seu filho Ricardo Montoro no documentário “Poética Política de Franco Montoro”.

— Era coisa de talão de cheque no plenário. Indignado, Montoro imediatamente subiu à tribuna e renunciou.