Dodge indica equipe que vai comandar a transição na chefia da Procuradoria Geral da República

Nomeada pelo presidente Michel Temer para assumir o comando da PGR (Procuradoria-Geral da República) a partir de setembro, Raquel Dodge indicou nesta quarta-feira (26) sua equipe de transição no Ministério Público Federal. Em ofício, Dogde listou os nomes de cinco procuradores que estarão na linha de frente da montagem de sua gestão, informa Julia Chaib.

Entre os escolhidos está Lauro Cardoso, que foi secretário-geral do Ministério Público Federal na gestão do atual chefe da Procuradoria, Rodrigo Janot. Cardoso pediu para deixar o cargo na gestão de Janot em maio do ano passado. Sua escolha ganha destaque no panorama da troca de bastão na PGR, já que Dodge e Janot são vistos como adversários dentro do MPF.

Além dele, Raquel Branquinho, José Alfredo de Paula Silva, Alexandre Espinosa e Alexandre Camanho estão no time de Dodge. Todos atuam na Procuradoria Regional da 1ª Região. Quando atuava nessa procuradoria, a nova chefe do Ministério Público comandou a Operação Caixa de Pandora, que levou o ex-governador José Roberto Arruda (DF).

Exceto por Cardoso, os demais nomes eram aventados para compor a equipe e formarão o núcleo duro da gestão de Dodge. A procuradora ainda não indicou quais cargos cada um ocupará.

Espinosa, Branquinho e Silva estiveram à frente de investigações sobre o mensalão. O trio acompanhou Dodge em seu périplo pelo Senado, antes de a escolhida de Temer ser sabatinada pelos parlamentares, no último dia 12. Branquinho e Silva atuaram também na Zelotes, que investiga que investiga fraudes no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

As indicações de Dodge confirmam as expectativas aventadas por procuradores, de que ela escalaria um grupo experiente em apurações criminais, uma sinalização contrária a especulações iniciais de que investigações, como a da Lava Jato, poderiam ser comprometidas.

O atual procurador-geral, Rodrigo Janot, também nomeou uma equipe para tratar da transição. A criação da equipe de transição foi aprovada pelo Conselho Superior do MPF. Os integrantes dos grupos ligados a Dodge e Janot devem discutir os ajustes no orçamento solicitados pela futura procuradora-geral, como, por exemplo, de onde sairão os R$ 116 milhões necessários para o reajuste salarial pretendido.