Cesar Maia defende o filho e diz que Rodrigo ‘não tem estilo conspirador em nenhuma hipótese’

Painel

Em nome do filho “Quem tem intimidade com o Rodrigo sabe que ele não tem estilo conspirador em nenhuma hipótese.” A frase é do vereador Cesar Maia, pai e principal fonte de influência sobre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele diz que o filho tem agido como um “estadista” no encaminhamento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) e garante que, com “a experiência de cinco mandatos”, o deputado “construiu repelentes” para não ser picado pela mosca azul.

Fica a dica Cesar Maia, que tem defendido a manutenção da boa relação do filho com o presidente, ressalta, porém, que “se fosse verdade” o aceno de Temer ao PSB — partido que o DEM assedia na tentativa de filiar dissidentes — o gesto “seria grave”. “Ainda bem que não foi.”

Me deixe fora Questionado sobre as chances de Temer se manter na Presidência até o fim do mandato, o vereador é cauteloso: “Essa primeira denúncia não tem lastro. As demais não conheço”.

Precavidos Os caciques do DEM que conhecem Michel Temer há muito tempo decidiram fazer um lanche antes do jantar que o peemedebista ofereceu para selar a paz com o partido, no Palácio do Jaburu, na quinta-feira (19) . Temer é conhecido por servir comida leve e insossa.

Troco Com o apoio do Conselho Federal de Medicina, médicos farão no dia 3 de agosto uma manifestação pedindo a demissão do ministro da Saúde, Ricardo Barros. A categoria programa atos em Brasília, São Paulo, Rio e Manaus. O da capital federal será em frente ao ministério.

Morreu pela boca O movimento “Fora, Barros” foi organizado depois que o ministro fez nova declaração polêmica, na semana passada. Na ocasião, ele disse que os médicos têm que parar de fingir que trabalham.

Mas já? Newton Ishii, o japonês da Federal, avisou que deve se aposentar este ano. Ele aguarda o desfecho de um processo disciplinar para pendurar as chuteiras.

Errou a mira Ao ler os anúncios da Fiesp contra o aumento de impostos que incidem sobre combustíveis, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, notou que, mais uma vez, a entidade dirigiu ataques diretamente a ele e não a Michel Temer.

Quem manda? O presidente da República é correligionário e amigo pessoal do comandante da federação, Paulo Skaf. Meirelles, que em ofensiva anterior cobrou Skaf pela “fulanização” das críticas, manifestou a aliados profundo incômodo com a nova investida.

E eu pago o pato? Auxiliares de Meirelles rapidamente começaram a enumerar os diversos pleitos da Fiesp no Ministério da Fazenda.

Coisa nossa A futura chefe da Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge, esteve na última semana com o procurador Luciano Mariz Maia, coordenador da câmara do MPF que cuida de causas relacionadas à populações indígenas e comunidades tradicionais.

Fumaça branca Nas redes internas do Ministério Público Federal, Mariz Maia já recebe os parabéns por ter sido escolhido vice-procurador-geral da República. Procurado, ele negou ter recebido qualquer convite da nova chefe da PGR.

Casa nova Após o divórcio litigioso com o escritório Trench, Rossi e Watanabe Advogados, o ex-procurador Marcello Miller iniciou conversas com duas bancas para se realocar no mercado.

Não é para tanto Quem acompanha de perto a elaboração dos anexos da delação dos irmãos Batista, da JBS, recomenda cautela com os números relacionados aos crimes confessados pelos dois empresários. Wesley teria mencionado pagamento de propina a dezenas de fiscais agropecuários, não centenas.


TIROTEIO

Desconhecemos as insondáveis razões pelas quais a PF aceitou um acordo já recusado pelo Ministério Público de Minas e pela PGR.

DO ADVOGADO EUGÊNIO PACELLI, sobre a delação premiada do publicitário Marcos Valério, preso desde 2013, após ser condenado no mensalão.


CONTRAPONTO

Questão de perspectiva

Na terça-feira (18), um grupo de dissidentes do PSB tomou café da manhã com Michel Temer. O presidente fez um aceno aos deputados, afirmando que o PMDB estava de “portas abertas” aos que desejassem mudar de partido.

Mais tarde, os mesmos parlamentares foram à casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e reafirmaram a vontade de migrar para o DEM.

Para demonstrar que o gesto de Temer não havia funcionado, um dos deputados disse ao democrata:

— O senhor está muito forte!

— Forte, nada. Estou é gordo! Tento emagrecer e não consigo! — devolveu Maia.