Após condenação de Lula, Marina reúne aliados e se apresenta como candidata ao Planalto em 2018

Ela lá No dia seguinte à condenação do ex-presidente Lula, Marina Silva chamou líderes da Rede no Congresso para uma conversa sobre 2018. Até então enigmática sobre sua disposição em concorrer ao Planalto, deu sinais de que decidiu entrar no páreo. Quer montar, desde já, uma agenda de candidata. Marina disse que há “um grande vácuo” na política e afirmou que a Rede precisa apresentar uma “alternativa aos polos”. Nesta segunda (17), participa de encontro com artistas no Rio.

Pauta comum A reunião da ex-senadora na capital fluminense está sendo organizada pelo ator Marcos Palmeira. Participam do encontro nomes que têm defendido a saída do presidente Michel Temer do Planalto.

Suprema teia Na conversa com aliados, quando o assunto foi a possível filiação Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto, Marina disse que atua para ter os dois ex-presidentes do STF nos quadros do partido. Ambos são vistos como nomes ideais para compor uma chapa com ela em 2018.

Novo alvo Na volta de sua viagem à China, que começa no dia 21, o prefeito de São Paulo, João Doria, desembarcará em Curitiba. Participa de almoço com comida típica a convite de associações empresariais. A visita foi confirmada logo após ele pedir  apoio ao juiz Sergio Moro, o algoz de Lula, em vídeos.

Afina o discurso Com a perspectiva real de Lula se tornar inelegível, Doria, que se notabilizou pela autoria dos mais duros ataques ao petista no tucanato, deve adotar como mantra a defesa da Lava Jato. É uma forma de marcar oposição ao discurso do petista, ainda que ele fique de fora da corrida de 2018.

Tem limite Mensagem postada nas redes sociais pelo procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, causou rebuliço entre advogados. No texto ele anuncia um evento que vendia ingressos para quem quisesse conhecer os investigadores. O dinheiro seria doado.

Porta-voz O presidente da OAB, Claudio Lamachia, entrou na polêmica.”O uso do combate à corrupção e da Lava Jato para autopromoção contraria os princípios da impessoalidade e da moralidade. Espera-se que servidores tenham o interesse público como um fim e a discrição como meio de trabalho.”

Sensível demais O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi alvo de debate em rodas de investidores após usar o Twitter para dizer que não aceitaria negociar medida provisória com edições à reforma trabalhista.

Valor de face Mais preocupado com a forma do que com o conteúdo da mensagem, o mercado buscou junto a seus analistas informações sobre o perfil decisório de Maia, que vai assumir o Planalto caso Temer seja afastado. À primeira vista, disseram, pareceu precipitado.

A quem importa Com o texto, Maia acenou para o eleitorado que pode colocá-lo em definitivo no Planalto: o plenário da Câmara. O deputado conseguiu amenizar a má impressão defendendo, em seguida, a reforma da Previdência e a tributária, também na rede social.

Promessa é dívida Em meio às especulações sobre a criação de mecanismo que substitua o imposto sindical, Michel Temer convidou o relator da reforma trabalhista na Câmara, Rogério Marinho (PSDB-RN), para almoçar. Reafirmou que não mudou de opinião sobre o fim do tributo.


Malhação de Judas A posição do presidente irritou integrantes da Força Sindical, que passaram a ironizá-lo. “A partir de agora, Temer vai ganhar uma estátua na sede da CUT”, disse o secretário-geral da entidade, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Com o inimigo A CUT é a única grande central a favor do fim do imposto. Mas, ligada ao PT, ela se opõe a Temer.


TIROTEIO

A pior coisa que existe na vida pública são os famosos lambe-botas: aqueles que juram paixão no Palácio do Planalto e traem na CCJ.

DO DEPUTADO BETO MANSUR (PRB-SP), sobre traições na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na CCJ, mesmo após trocas no colegiado.


CONTRAPONTO

Ato Falho

Na quinta (13), o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), relator na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do texto que pedia a rejeição da denúncia contra Michel Temer, finalizava a leitura de seu parecer quando acabou cometendo uma gafe. Dirigindo-se ao presidente do colegiado, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), ele afirmou:

— No direito penal, não existe culpa presumida, meu caro presidente Rodrigo Rocha Loures.

— Perdoe-me, deputado: é Rodrigo Pacheco! — corrigiu de pronto, ainda no comando da CCJ.

— Até porque esse Rodrigo não busca mala em pizzaria — provocou o petista Henrique Fontana (RS).