JBS contrata auditoria para se defender da acusação de que obteve lucro com divulgação de delação
Telhado de vidro Acusada de montar operações no mercado financeiro para faturar com as acusações que fez ao presidente Michel Temer e outros políticos, a JBS decidiu contratar uma auditoria externa e promover uma devassa nos dados relativos à compra de ações e operações de câmbio da empresa. Sabendo que a punição pode ser pesada, a companhia prepara material para se defender nas investigações de que se tornou alvo após a divulgação das delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
De fora A solução foi acordada em reunião do conselho da empresa, semana passada. Na ocasião, o grupo também afastou Wesley da supervisão das áreas de mercado mobiliário e de câmbio. Ambas as decisões foram tomadas a pedido do empresário.
Vai ter volta Após o anúncio de que será processado por Temer, Joesley prepara um pedido de exceção da verdade. O instrumento dará a ele o direito de, acusado de calúnia, comprovar suas declarações solicitando até a quebra do sigilo de quem entrou com a queixa-crime.
Exagerado No Congresso, a ordem é desconstruir as falas de Joesley. Aliados do presidente questionam a importância dada pelo dono da JBS a Temer. Com ironia, afirmam que, para um vice, o status de chefe da organização criminosa era alto demais.
Com calma Até tucanos que pedem o desembarque do governo avaliam que o tiro Joesley pode sair pela culatra.
Para cima de moi? A defesa de Lúcio Funaro afirma que ele jamais recebeu pagamentos em troca de silêncio. Diz que Joesley devia valores ao operador para saldar dívidas de contrato de trabalho na aquisição das Alpargatas.
Mau pagador O advogado Antônio Figueiredo Basto afirma que o dono da JBS ainda deve dinheiro a Funaro e que já existe processo de cobrança do montante.
Mau pagador 2 Funaro diz que pode desconstruir a delação de Joesley e o acusa de estar usando o acordo para conseguir benefícios. A defesa sustenta que o operador ainda tem muito a revelar.
Rancoroso Após depor à Polícia Federal para o inquérito que investiga Temer, Eduardo Cunha reclamou de ter sido transferido da carceragem da PF para o Complexo Médico Penal, no fim de 2016.
Espelho Depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defender a antecipação das eleições gerais, integrantes da recém-lançada frente suprapartidária pelas Diretas-Já querem um encontro com o tucano.
Trampolim O bloco parlamentar viu nas declarações de FHC o impulso que o movimento precisava para se livrar da pecha de insignificante, diante da constatação de que dificilmente o Congresso aprovaria uma emenda para realizar nova disputa eleitoral ainda este ano.
O caminho O formato da conversa com FHC e a maneira de abordá-lo ainda estão em discussão. Há integrantes no grupo que defendem que o ex-presidente Lula faça a interlocução com o tucano.
Siga o mestre Prefeitos que já admitem nos bastidores a vontade de disputar as eleições de 2018 para o governo de seus Estados, caso de Marcelo Crivella (PRB), no Rio, estão de olho nos passos de João Doria (PSDB-SP).
Exemplo Caso o tucano deixe a prefeitura para concorrer à Presidência ou ao governo de São Paulo, seus pares se sentirão “livres” para seguir o mesmo caminho.
Reforma Pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios, na Marcha dos Prefeitos, revela que 56,3% dos gestores defendem o fim da reeleição no Executivo, e 58,3%, o aumento do mandato para cinco anos.
Nem tanto Os dados mostram, porém, que 51,8% apoiam a reeleição no Legislativo.
TIROTEIO
Um bandido que multiplicou patrimônio no governo do PT dizer que Michel Temer é o chefe da quadrilha não tem efeito.
DO DEPUTADO DANIEL COELHO (PSDB-PE), um dos “cabeças pretas”, ao dizer que a entrevista de Joesley Batista à “Época” em nada altera a posição do partido.
CONTRAPONTO
Os últimos serão os primeiros
Durante a reunião dos governadores com o presidente Michel Temer, na noite de terça (13), para discutir a ajuda do BNDES na renegociação de dívidas dos Estados, houve forte apelo para que o governo fizesse uma linha de financiamento para as obras da Copa do Mundo.
Os governadores esperavam definição sobre a renegociação de um montante de cerca de R$ 30 bilhões em dívidas para o Mundial de 2014.
Em meio à discussão, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que brigou para que seu Estado fosse também sede da disputa, soltou:
— Olha, nunca estive tão feliz por não ter um estádio!