Ganha força tese de que TSE adotará solução salomônica e absolverá Dilma e Temer

Painel

Para ambas as partes Ganhou força no Congresso e no Judiciário a aposta de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pode adotar uma solução salomônica ao julgar o pedido de cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer. Os ministros não devem acolher a tese de separação das contas da campanha de 2014, mas sim a de que a ação teve seu objeto excessivamente ampliado no curso do processo. Haveria, aí, brecha para o argumento de que a acusação inicial não é forte o suficiente para condenação.

Intramuros A tese foi discutida após sessão da corte eleitoral desta terça (30). Em outros tribunais superiores, magistrados dizem que a falta de opção para o Planalto caso Temer perca o mandato pesa sobre o TSE.

Unidos A defesa de Dilma foi a primeira a contestar a adição, por exemplo, de delações da Lava Jato aos autos do TSE. Na reta final do processo, advogados de Temer colocaram peso no argumento e anexaram três pareceres sobre o assunto ao caso.

Nada definido Nenhum cenário, porém, é visto como definitivo. Há forte expectativa sobre a possibilidade de Temer ser alvo de uma denúncia da PGR. O ministro Edson Fachin, relator do caso no STF, deu 10 dias para o encerramento do inquérito. A defesa recorreu.

Será que vai? O destino de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente flagrado com uma mala de dinheiro, é outro ponto de interrogação. Uma delação teria forte impacto sobre aliados que querem debandar e só esperam por um argumento.

Fala! Rocha Loures é pressionado pela mulher, grávida de oito meses, a fazer um acordo. Ela avalia que sem mandato, sem foro e sem imunidade parlamentar, o marido está suscetível à prisão.

Não fala! O pai do ex-assessor de Temer, porém, não quer que ele faça acordo. Nesse cenário, sua defesa trabalharia com tese semelhante à defendida pelo presidente: a de que ele foi vítima de uma “armação”.

Eis a questão Integrantes da ala moderada do PSDB admitem que a sigla criou “uma armadilha” ao definir 6 de junho como o dia D para a deliberação sobre um desembarque do governo. Sem um “fato novo”, há forte divisão na sigla sobre o caminho a ser escolhido.

No coldre Mesmo com os sinais do presidente de que vai usar todos os artifícios para chegar ao fim do mandato, integrantes do PMDB no Senado elaboraram minutas de projetos para regular uma eventual eleição indireta.

Vem todo mundo Um deles, hoje nas mãos de Kátia Abreu (PMDB-TO), abre espaço para nomes do Judiciário e figuras sem filiação partidária concorrerem.

No mercado Pessoas próximas ao ex-procurador Marcello Miller dizem que ele acertou em janeiro a ida para o escritório que negociou a leniência da JBS. Então aliado do procurador-geral, Rodrigo Janot, Miller foi sondado por outras bancas que atuam na Lava Jato.

Então, tchau Na época, segundo esses relatos, Janot o tirou da mesa de negociação da leniência na JBS.

Estoy aquí Em encontro com a bancada do PSDB na Assembleia, nesta quarta (31), o secretário David Uip (Saúde) admitiu que quer disputar o governo em 2018.

Má, oeee! Levantamento do Paraná Pesquisas mediu o potencial de voto de celebridades para o Planalto. Silvio Santos aparece em primeiro lugar, com 32,9% das intenções de voto, seguido por Luciano Huck (18,1%) e José Luiz Datena (17,5%).


Caldeirão Em cenário com Lula, Bolsonaro, Marina Silva e Joaquim Barbosa, Huck fica com o quinto lugar (7,3%), numericamente à frente do governador Geraldo Alckmin (6,4%).


TIROTEIO

Eleição direta é um clamor da sociedade. Não pode ser bandeira de um ou outro partido, nem objeto de disputa por protagonismo.

DO DEPUTADO ORLANDO SILVA (PC DO B-SP), sobre a decisão dos artistas que planejam ato das Diretas-Já, em SP, de vetar o ingresso de siglas no evento.


CONTRAPONTO

Não esperam molhar o bico… 

Logo após a posse do ministro Torquato Jardim (Justiça), nesta quarta (31), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), foi abordado por jornalistas. Queriam saber quem irá para o Ministério da Cultura.

— Eu não cuido de cargos — desviou Jucá.

Em seguida, um convidado da posse bateu no ombro do aliado de Michel Temer e soltou:

— Obrigada, hein, senador. Aquelas indicações já estão trabalhando!

O comentário despertou uma série de provocações dos jornalistas. Jucá, então, tentou consertar:

— Eu não cuido de cargos grandes!