Trechos de delação da Odebrecht que citam o Judiciário estão, sob sigilo, nas mãos de Fachin

O segredo da corte O ministro Edson Fachin tem, sob sua guarda, termos da delação da Odebrecht ainda sigilosos que envolvem integrantes de diversas esferas do Judiciário. As informações prestadas por delatores da empreiteira sobre nomes da Justiça e de alguns de seus parentes estão entre os 25 pedidos de inquérito formulados pela Procuradoria-Geral da República que ainda não foram divulgados pelo relator da Lava Jato no STF. Os documentos já despertam insegurança no STJ e no TCU, por exemplo.

Em alerta A relatoria da Operação Lava Jato fez com que Fachin mudasse não só seus hábitos pessoais, como também o esquema de compartilhamento de informações dentro de seu gabinete.

Sob vigilância O ministro, famoso pelos costumes simples, não almoça mais com a mesma frequência no bandejão do Supremo. A segurança da corte também ampliou o esquema de proteção a Fachin em áreas públicas, como aeroportos.

Sem contato O magistrado agora só embarca em aeronaves direto na pista de decolagem, sem circular pelos saguões. Seu apartamento em Brasília e sua residência em Curitiba também tiveram os serviços de proteção revisados e ampliados.

Nem para o cheiro As diárias de R$ 1.500 que Mônica Moura diz ter pago a Celso Kamura para fazer cabelo e maquiagem de Dilma Rousseff representam 16% do valor que o cabeleireiro cobra por um dia de trabalho exclusivo: R$ 9.600. O desconto, costuma dizer Kamura, foi dado “por consideração”.

Do bolso Petistas dizem que João Santana e Mônica se ofereceram para arcar com os custos da preparação de Dilma depois que Antonio Palocci deixou o governo, em 2011. Quando chefe da Casa Civil, era ele quem pagava a diária de Celso Kamura.

Estrago irrestrito Em sua delação, Palocci não pretende falar só sobre empresas do sistema financeiro. Discorrerá também sobre a Receita e o Banco Central.

Com lupa A Diretoria de Análises de Políticas Públicas da FGV fez estudo sobre o comportamento de usuários das redes sociais em torno do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro. O interrogatório recebeu 650 mil menções no Twitter.

Novo centro O mapeamento identificou uma maioria que parece ter se cansado da polarização. O grupo responde por cerca de um terço das menções (32,3%) e não se posicionou incisivamente a favor (como 19,2%) ou contra o ex-presidente (20,7%) .

Vida prática O levantamento registra que, embora significativas, as 650 mil menções a Lula ficaram bem abaixo do 1,5 milhão de engajamentos em torno da greve geral, dia 28 de abril, contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Teologia… O bispo Robson Rodovalho vai reunir a direção da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil e a bancada evangélica no Congresso — com 207 parlamentares — para discutir a reforma da Previdência.

… da prosperidade O grupo se preocupa com dois pontos específicos da reforma: a idade mínima e as mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada) — pago a idosos e pessoas com deficiência com renda familiar per capita de até 25% do salário mínimo, onde se concentra o eleitor evangélico.

Uni-vos Fernando Haddad (PT-SP) escolheu a sala que leva o nome de Paulo Renato (PSDB), seu antecessor no Ministério da Educação , para dar aula no Insper. O gesto caiu bem entre o corpo docente e a direção do instituto.

Troca O petista se licenciou por dois anos da USP, onde ministrava ciência política, e passou a lecionar administração e gestão pública na pós-graduação do instituto de pesquisa particular.


TIROTEIO

Temer é um golpista fiel, serve aos que lhe deram poder: privatiza, terceiriza e ameaça as conquistas trabalhistas e direitos sociais.

DE RUI FALCÃO, presidente nacional do PT, em comentário sobre o primeiro ano do presidente Michel Temer à frente do Palácio do Planalto.


CONTRAPONTO

Em reunião sobre a reforma política na CCJ da Câmara, semana passada, deputados debatiam a cláusula de barreira, instrumento que, instaurado, vai diminuir o número de partidos no país.
Filiado a uma sigla que seria afetada, Chico Alencar (PSOL-RJ) fez provocação, relacionando o tema à quantidade de parlamentares envolvidos em escândalos.
— Essas restrições não elevarão a credibilidade das legendas que restarão, todas com figurões investigados!
Esperidião Amin (PP-SC), então, instigou o colega:
— Chico, admita que pelo menos o povo terá um número menor de partidos para falar mal…