Com R$ 124 mil de dívida com o PT, Haddad precisou fazer acordo com o partido para disputar reeleição

Painel

Devo, não nego Uma das figuras mais influentes do PT, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad acumula R$ 124 mil em dívidas com a sigla. O débito é fruto do não pagamento da contribuição partidária obrigatória. Pelas normas internas, ele nem sequer poderia ter concorrido à reeleição no ano passado, mas fechou um acordo e negociou um parcelamento do passivo. A inadimplência, em tese, o impede de votar na eleição que vai definir, este ano, os nomes dos novos dirigentes da legenda.

Carnê eleitoral Procurada, a assessoria de Haddad confirmou o valor da dívida, mas disse que o ex-prefeito vem fazendo pagamentos conforme o cronograma previsto e que já teria saldado 50% do débito.

Cortejo Mesmo derrotado no primeiro turno da eleição paulistana em 2016, Haddad é visto como um dos maiores ativos do PT. Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes diz que ele “honrará qualquer chapa da qual participe. Tanto como titular, como na posição de vice”.

Nem aí No dia em que a força-tarefa da Lava Jato anunciou que estava apresentando uma ação para cobrar R$ 2,3 bilhões do PP como compensação por desvios na Petrobras, o presidente da legenda, Ciro Nogueira (PP-PB), saiu para jantar e bebericar vinho em tradicional restaurante brasiliense.

Tudo é gesto Durante a noite, Nogueira falou de tudo, menos sobre a ofensiva da investigação ao caixa dos partidos. Quem o conhece diz que, até nisso, há uma mensagem política. A cúpula do PP avalia que a ação deflagrada pela Lava Jato será alvo de amplo –e longuíssimo– questionamento judicial.

Tio Jucá Figura frequente nas articulações mais polêmicas da República, Romero Jucá (PMDB-RR) dedicou quase toda a tarde de quinta-feira (30) a uma atividade mais amena. Foi guia de um grupo de universitários em tour pelo Senado. Com dois jovens de Roraima, chegou a posar para selfie e distribuiu beijo na testa dos estudantes.

Fora daqui Representantes dos servidores das carreiras de Estado vão à Justiça no início da semana para impedir que, caso saiam da prisão, os cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Rio reassumam seus postos na corte.

Sem digitais A ação, proposta pela Conacate, defenderá que suplentes ocupem as cadeiras para que os julgamentos não parem e, em seguida, seja aberto um edital para escolher novos conselheiros — impedindo, assim, as indicações políticas.

Complicou geral O corte de R$ 2,3 bilhões no orçamento reservado para o pagamento de emendas individuais deve endurecer ainda mais o trabalho de aliados do governo que tentam obter votos a favor das reformas da Previdência e trabalhista.

Gaste saliva Relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA) foi orientado a adiar para depois de 10 de abril a apresentação de seu parecer. Querem que ele converse antes com todas as bancadas, para evitar que alguém diga que não foi ouvido.

Panelaço O recém-lançado movimento Acredito usará a “Brazil Conference”, que reunirá a ex-presidente Dilma Rousseff e o juiz Sergio Moro em Harvard, semana que vem, para apresentar seu manifesto pela renovação política a partir de 2018.

Perdeu a chance… Após fala da juíza Thereza Christina Nahas em debate sobre a reforma trabalhista na Câmara, na quinta (30), Nelson Marquezelli (PTB-SP) fez piada com o tempo de exposição usado pela convidada.

… de ficar calado “Lembra a história de um amigo que ligou para o pai falando que ia se separar da mulher porque há 30 dias ela não falava com ele”, disse, e emendou: “O pai reagiu: ‘Não separe, filho. Isso é coisa rara.'” A juíza riu constrangida.


TIROTEIO

O governo nos suga e destrói as conquistas. Com sua pinguela, Temer está levando o Brasil para o buraco rumo ao retrocesso.

DE VAGNER FREITAS, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), sobre a sanção de Michel Temer à lei de terceirização sem salvaguardas a trabalhadores.


CONTRAPONTO

Pode vir quente…

Na abertura da sessão extraordinária da Câmara para discutir a regulamentação da terceirização, semana passada, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), tentou uma manobra para derrubar o esforço concentrado feito pela base do governo para aprovar a proposta.

— Sr. presidente, peço um novo painel — disse, na expectativa de que não houvesse quorum suficiente.

Rodrigo Maia (DEM-RJ) não titubeou:

— Vamos abrir, então, um novo painel. Era só isso, deputado?

— Depois vou ao seu gabinete para conversarmos — retrucou o parlamentar mineiro.

— Estou lhe esperando. E pago o café!