Pesquisas de partidos indicam que eleitor viu exagero na Operação Carne Fraca

Painel

Nó na garganta Ao menos três partidos fizeram pesquisas qualitativas nas últimas semanas para medir os estragos provocados pela Operação Carne Fraca e pelas novas revelações da Lava Jato. Para surpresa de ninguém, as notícias sobre a lista de Rodrigo Janot pioraram a avaliação de presidenciáveis do PT e do PSDB. Houve um efeito inesperado, porém, em relação à investida nos frigoríficos: o eleitor acha que a Polícia Federal exagerou e cobra reação firme do presidente Michel Temer.

Estômago Pessoas que disseram ver excessos na atuação da PF usaram experiências pessoais para justificar a opinião. Especialmente nas classes C e D, eleitores afirmaram que sempre comeram carne ou frango e nunca tiveram problemas.

Rédea Quanto à participação de Temer, acham que ele falhou por não conseguir “segurar” o que consideraram um erro da Polícia Federal.

La garantia… O presidente deu nova demonstração de confiança na carne nacional na última sexta (24). Depois de cerimônia de entrega de casas populares em São José do Rio Preto (SP), partiu para almoço com auxiliares e com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). No cardápio, quibe cru.

Pulverizou Na seara eleitoral, más notícias nas pesquisas para todos. Em São Paulo, reportagens sobre a delação da Odebrecht balançaram as avaliações dos tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves (MG). A piora brusca da percepção sobre o mineiro espantou seus aliados.

Sombra do passado O ex-presidente Lula é mencionado com mágoa pelos eleitores, mas ainda se destaca no cenário de terra arrasada pela memória que algumas pessoas têm sobre seu legado.

Cansado Embora todo o discurso do PT esteja voltado para lançar Lula ao Planalto em 2018, alguns integrantes da sigla defendem internamente que, dado seu desgaste pessoal e de imagem, o partido deveria apoiar um nome de outra legenda na eleição.

Bandeira branca Aliados do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), dizem que ele já deu sinais à cúpula do Judiciário de que não pretende colocar em votação o projeto que pune o abuso de autoridade. A iniciativa é vista por alguns como uma afronta à Lava Jato.

Não é para tanto Auxiliares do senador, porém, avaliam que, caso haja um amplo movimento do plenário para pautar o tema, ele não terá condições de se colocar como obstáculo à votação da polêmica proposta.

Sede ao pote À frente das manifestações deste domingo (26) a favor da Lava Jato, o MBL (Movimento Brasil Livre) quer lançar entre dez e 15 candidatos a deputado federal nas eleições de 2018.

Pausa estratégica As tratativas com as siglas, no entanto, ainda não começaram. O grupo espera uma definição sobre a reforma política e milita contra o sistema de voto em lista fechada.

Outro front A aprovação da terceirização irrestrita na Câmara fez com que a Frente Povo Sem Medo decidisse aderir às manifestações convocadas para o dia 31 de março. “O próximo passo é tentar revogar a lei áurea”, provoca Guilherme Boulos.

Acelera Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) quer antecipar as principais propostas de seus colegas para a reforma da Previdência à comissão que discute o tema na Câmara. Ele criou um grupo de senadores para debater as mudanças.

Para já A ideia de Jucá é incluir alterações defendidas pelo Senado no texto da reforma enquanto o projeto ainda está com os deputados. Tudo para encurtar a tramitação da PEC que muda regras de aposentadoria. Busca uma redação de consenso para ganhar tempo quando chegar a vez de a sua Casa analisar o tema.


TIROTEIO

Já que os empresários deram um jantar para pedir a terceirização, a Força vai pedir ao menos um cafezinho pelo veto do presidente

DE JOÃO CARLOS GONÇALVES, secretário-geral da Força Sindical, sobre o projeto de lei da terceirização aprovado pela Câmara na quarta (22).


CONTRAPONTO

O deputado João Daniel (PT-SE), que presidia a sessão desta semana na Câmara, chamou o colega Franklin Lima (PP-MG) para discursar no plenário.
— Quer usar a palavra agora? Não? — perguntou.
Diante da negativa de Lima, anunciou que o tempo de fala seria, então, repassado a André Moura (PSC-SE), líder do governo de Michel Temer no Congresso.
— Terá 13 minutos para falar, deputado– comunicou o petistas, para logo depois emendar:
— Aproveite, 13 é um número bonito e bom.
André Moura entrou na brincadeira:
— Pois é, presidente, já pensou? Logo o número 13…