Sinais de autores de ação contra Dilma-Temer no TSE abrem espaço para separação da chapa
Quem cala… A tese da separação da chapa, à qual a defesa de Michel Temer se agarra para livrá-lo de cassação caso seja condenado, encontra eco em atores do processo no TSE, onde sua coligação com Dilma Rousseff é julgada. O PSDB, autor da ação, até hoje não se manifestou nos autos sobre o tema, deixando espaço para o presidente insistir no argumento. O vice-procurador-geral Nicolao Dino chegou a apresentar parecer contrário quando Temer fez o pedido, mas, desde então, arrefeceu.
Meio a meio Para o Planalto, o Tribunal Superior Eleitoral hoje está dividido, mas, com a troca de dois dos sete ministros nos próximos meses, o cenário tende a ficar mais favorável.
Só acredito vendo Durante o depoimento de Marcelo Odebrecht, na quarta-feira (1º), a defesa de Temer pediu acesso à íntegra das delações de executivos do grupo que o TSE incluiu no processo de cassação.
Sem registro O PSDB pediu que todas as menções a Aécio Neves, presidente da sigla, durante os depoimentos de delatores ao TSE fossem excluídas das atas das audiências. Acusado de ter pedido caixa dois, ele nega.
Olha ele aí A bancada do PMDB na Câmara defende que Gustavo Rocha, subchefe de assuntos jurídicos de Temer que já havia sido cotado para a Justiça, assuma a Casa Civil como substituto de Eliseu Padilha no período em que ele estiver de licença.
Deixe estar O governo, no entanto, sustenta que é o secretário-executivo da pasta, Daniel Sigelmann, quem ocupará o posto durante todo o período necessário.
Segue o jogo O pedido de licença do ministro, aliás, continua apenas informal. Só na segunda-feira (6) é que Michel Temer deve bater o martelo sobre o formato e a duração do afastamento de Padilha da chefia da Casa Civil.
Microfone Alexandre Vidal Porto será o novo porta-voz do Itamaraty, já sob o chanceler Aloysio Nunes Ferreira. Ex-colunista da Folha, o diplomata é escritor, autor de “Matias na Cidade” e “Sérgio Y. Vai à América”.
Contra tudo Ivan Valente (PSOL-SP) entrou com ação no Conar, conselho de autorregulação publicitária, pedindo a retirada do ar das propagandas do governo sobre a reforma da Previdência. Diz que as peças são enganosas.
Pernas curtas No pedido, o deputado afirma que é falsa a informação de que “a única saída para que a aposentadoria continue existindo” é onerar os trabalhadores.
Troca da guarda Interlocutores de Michel Temer informaram a aliados que o presidente definiu na sexta (3) que a liderança do governo no Senado ficará com Romero Jucá e no Congresso, com o deputado André Moura.
Afago Antes de colocar a história para fora, Temer ainda queria fazer uma consulta pro forma aos caciques do PMDB no Senado, que não gostam da possibilidade de um deputado assumir a vaga no lugar de um senador.
Fim de festa Em reunião na quinta (2), Paulo Mathias, prefeito regional de Pinheiros, em São Paulo, exibiu tolerância zero com desvios no Carnaval: ameaçou lacrar três bares que chamaram foliões para “blocos relâmpagos”, sem aviso às autoridades.
Tudo liberado Mathias diz que apenas um bar, não três, chamou as pessoas sem avisar e que ainda estuda quais medidas tomará.
TIROTEIO
Para aparecer, Doria faz qualquer coisa. Agora, até criou o seu próprio show do milhão, mas reduziu o total da premiação.
DE PAULO FIORILO, presidente do diretório paulistano do PT, sobre a Nota do Milhão criada pela gestão de João Doria na Prefeitura de São Paulo.
CONTRAPONTO
Cosa nostra
Depois de aprovar o texto principal da nova rodada do programa de repatriação de recursos financeiros, em fevereiro, deputados passaram à discussão de pontos polêmicos do projeto — entre eles a possibilidade de que parentes de agentes públicos pudessem participar.
No final da votação, quando os tais “facilitadores” para os familiares dos políticos acabaram derrotados, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) arrematou:
— Parabéns ao plenário que, por unanimidade, acabou com a família!
Com os colegas ainda atentos, ele completou:
— Famiglia com ‘g’, bem entendido…