Câmara fecha acordo com governadores para barrar anistia a policiais que fizeram motim no ES
Jogo duro A Câmara sinalizou aos governadores que topa o acordo para não deixar prosperar qualquer iniciativa que conceda anistia aos policiais que participaram do motim no Espírito Santo. Presidente da Casa, Rodrigo Maia reuniu-se com chefes de Executivos estaduais nesta quarta (15). Os governadores ponderam que a aprovação serviria como “salvo-conduto” para que outros levantes se espalhassem pelo país. A vedação ao abrandamento das punições também tem apoio do Planalto.
Prato do dia PSDB e PMDB começam a se estranhar no Senado. Tucanos não abrem mão de presidir a CMA, comissão que trata de fiscalização, mas peemedebistas também querem o cargo.
Dobrou a meta Como espécie de ultimato, o PMDB ameaça disputar a Comissão de Assuntos Econômicos, um dos “filés” do Senado, prometida ao PSDB desde 2016. O presidente Eunício Oliveira quer pressa na definição.
Sempre ele Já na Câmara, a briga do PMDB é com o PP. O partido de Temer faz troça e diz que larga os pleitos pela liderança do governo e pela presidência da CCJ em troca do Ministério da Saúde.
Pires na mão Prefeitos têm lotado o Congresso nesta semana, última para que os parlamentares decidam as cidades que receberão suas emendas. Um único senador contou ter tomado café com mais de 80 nesses três dias.
Igual, mas diferente O Planalto torce o nariz para a vinculação da indicação de Carlos Velloso para o Ministério da Justiça ao tucano Aécio Neves. Avalia que isso atrapalha o discurso do presidente Michel Temer de que a nomeação será suprapartidária.
Didatismo Apesar da oposição a Alexandre de Moraes para o STF, petistas admitem que a opção de Temer é mais acertada do que algumas de Lula e Dilma Rousseff, que puseram nomes desconhecidos e “indomáveis”.
Oi, querida Dilma, aliás, deve voltar a Brasília na sexta para um ato com mulheres.
Cofrinho Em duas semanas de atividade, o programa de regularização tributária da Receita recebeu inscrições de dívidas que somam pouco mais de R$ 10 bilhões.
Deixa assim A cifra foi usada pelo órgão como argumento para demover parlamentares que pediam para reduzir a parcela inicial exigida para a adesão, de 20% do montante na menor faixa.
Papel passado O Conselhão fechou as 15 propostas que, já submetidas à área técnica do governo, serão levadas a Temer. Além de um imposto federal sobre valor agregado, o grupo sugere também um sistema unificado de licenciamento de obras.
Freio de mão O anúncio de João Doria de que a rede municipal de saúde de SP receberá doações de medicamentos de laboratórios farmacêuticos para suprir seu deficit causou mais um mal-estar com o governo estadual.
Atropelou Sem consultar a Secretaria da Fazenda de Geraldo Alckmin, Doria prometeu que os remédios doados teriam isenção de ICMS. O problema é que a pasta só agora faz um pente-fino na lista dos 165 medicamentos para saber se, de fato, todos ficarão isentos do tributo.
Com a peneira Procurada, a Fazenda nega mal-estar e diz que o secretário Hélcio Tokeshi tem falado diariamente com Wilson Pollara, que comanda a pasta da Saúde na Prefeitura de São Paulo.
Paternidade Depois de o Datafolha revelar que o Corujão da Saúde tem o aval de 67% dos paulistanos, tucanos lembraram que a ideia do programa foi do vice-governador Márcio França (PSB).
Sei não À época, ainda durante a campanha, o cientista político Antonio Lavareda e o secretário estadual da área, David Uip, não se entusiasmaram com a proposta.
TIROTEIO
O nepotismo também é proibido no caso de cargos de indicação política. Não pode haver privilégios no Estado democrático de Direito.
DE CLAUDIO LAMACHIA, presidente da OAB, sobre pedido da entidade para que o Supremo estenda a súmula antinepotismo aos cargos de primeiro escalão.
CONTRAPONTO
Cinco minutos de fama
Com a viagem de João Doria para Dubai, o vice Bruno Covas assumiu a Prefeitura de São Paulo no último domingo (12). Já no dia seguinte, a interinidade era motivo de brincadeira no gabinete.
Fábio Lepique, adjunto de Covas na Secretaria das Prefeituras Regionais, correu para perguntar se passaria a ser chamado de vice-prefeito na ausência de Doria.
Covas não se fez de rogado:
— Por mim tudo bem, mas quero ver alguém avisar o Milton Leite (DEM).
O presidente da Câmara Municipal é o segundo na linha sucessória na administração.