Materiais de operações antigas devem gerar série de novos relatórios da Lava Jato

Painel

Estrela não solitária O relatório da Polícia Federal que viu indícios de corrupção e lavagem de dinheiro de Rodrigo Maia com base em mensagens trocadas entre ele e Léo Pinheiro, da OAS, não é fato isolado. Investigadores da Lava Jato dizem que as conclusões são parte de uma leva sobre vários alvos que está para sair do forno, a partir de provas coletadas em fases anteriores, ainda sob análise. “Quem já estava descansando, achando que tinha escapado, pode se preparar”, alerta um general da operação.

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Arte Um ministro cita Frank Underwood, de “House of Cards”, para explicar a briga por gabinetes no Planalto após a nomeação de Moreira Franco: “O poder parece o mercado imobiliário. Quanto mais próximo dele, maior o valor de sua propriedade”.

Até o fim Com um senador, oito deputados e — pasme-se — dois ministérios, o PPS também está disposto a bater de frente com Temer. Decidiu que, a depender dele, a reforma da Previdência não sai do Congresso da maneira como o governo enviou.

Aritmética A emenda que Paulinho da Força vai apresentar à reforma para aliviar as regras de transição já tinha apoio de 250 deputados na sexta (10). Isso não significa que ela será aprovada, mas é um indicativo da disposição da Casa de esticar a corda.

Tríplice coroa Dirigentes de CUT, Força Sindical e UGT estiveram juntos na sexta. Combinaram de aparecer em peso na retomada dos trabalhos das comissões das reformas da Previdência e trabalhista, na próxima terça (14).

Beija mão Em seu périplo pelo Senado, Alexandre de Moraes esteve com nomes da oposição que atacaram sua indicação ao STF: Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM).

Agora escuta Grazziotin, que nunca havia conversado com Moraes, disse que o argumento mais forte contra a indicação foi produzido por ele próprio: seu doutorado, em que defendeu veto a quem exerça cargo de confiança.

Vale cultura Representantes do Fórum Nacional Pelos Direitos Culturais vão à Justiça para exigir que a Caixa Econômica Federal repasse o valor das loterias ao Fundo Nacional de Cultura. O percentual garantido em lei para a área é de 3%.

No vermelho Integrantes do grupo dizem que, em 2016, por exemplo, nenhum valor foi repassado ao Fundo de Cultura e, em 2015, o governo federal contingenciou cerca de 80% dos R$ 400 milhões que seriam destinados.

Ponta do lápis Nas contas do colegiado, as loterias arrecadaram R$ 80 bilhões nos últimos sete anos, o que representaria R$ 2,4 bilhões para o grupo ao longo do período. Segundo o fórum, nem a metade foi repassada.

Pode isso? Na contramão do discurso de que pretende cortar gastos na Câmara paulistana, o presidente Milton Leite apresentou projeto que cria três cargos de coordenadores de comissões, com salários de R$ 20.097,24.

Sobrando A Câmara gastará quase R$ 1 milhão por ano com as nomeações. Procurada, a assessoria da presidência disse que os cargos foram criados para “respeitar a isonomia e contemplar todos os partidos com representatividade na Casa” — que neste ano ganhou três novas siglas.

A mesma régua Diante da crise financeira dos Estados, como no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a UGT passou a defender que os funcionários públicos que não recebem seus salários deixem de pagar impostos e serviços, como IPVA, água e luz.

Lá e cá A central também sustenta que não podem ser aplicadas multas aos tributos e contas vencidos, já que o Estado não pode ser multado por não pagar em dia os salários. A ideia é que a proposta seja abraçada pelos Legislativos e transformada em lei.


TIROTEIO

Desde o Império, Minas sempre teve ministro. É a primeira vez que isso não acontece. Rodrigo Pacheco pode suprir essa lacuna.

DE MARCUS PESTANA (PSDB-MG), sugerindo que o presidente Michel Temer nomeie o deputado peemedebista para comandar o Ministério da Justiça.


CONTRAPONTO

Ruim de mira

Dias antes da semana de motim no Espírito Santo, o governador Paulo Hartung falava com investidores em São Paulo sobre seu futuro político.

Questionado sobre a possibilidade de se candidatar a um cargo federal em 2018, o peemedebista dizia estar focado em sua atual gestão do Estado.

Lá pelas tantas, no entanto, fez questão de alfinetar Renato Casagrande, com quem está rompido desde 2014. Hoje, Hartung se arrepende de ter passado o governo a Casagrande três anos antes, em 2011:

— Vou ver se melhoro a pontaria na hora de passar meu bastão dessa vez — brincou, sobre sua sucessão.