Novo relator da Lava Jato tem perfil pouco duro em questões criminais, mostra análise da FGV

Painel

Questão de estilo Novo relator da Operação Lava Jato no STF, Edson Fachin tem perfil pouco duro em questões criminais — entre os ministros da corte, é, por exemplo, um dos que mais concederam decisões favoráveis a habeas corpus ou a recursos desse tipo. A conclusão é do projeto Supremo em Números, da FGV, em análise feita a pedido da coluna. “Ele não é um ministro linha dura com crime, o que indica que, quando condena, é porque realmente é o caso”, diz o pesquisador Ivar Hartmann.

Canetada Os números mostram também que Fachin é o ministro que mais combate a avalanche de recursos que chega ao tribunal — foi o que menos deu procedência aos agravos e recursos extraordinários em 2015 e 2016.

Timing Os dados não indicam que o novo relator será mais rápido que o antecessor. Fachin registra médias de dias mais altas que Teori Zavascki para tomar providências em processos ou conceder liminares monocráticas.

Logo agora? Delatores da Odebrecht estão insatisfeitos com um ponto de suas penas: seu regime aberto é diferente do que vigorava na Lava Jato.

Quatro paredes Em casos anteriores, o regime exigia comparecer periodicamente à Justiça e cumprir algumas restrições de deslocamento. Agora, há exigência também para que não saiam de casa nos fins de semana.

O baile todo Governadores falam em ampliar o fórum que hoje reúne chefes dos Executivos do Centro-Oeste, do Tocantins e de Rondônia, para que se transforme em um grupo nacional.

Vem comigo A ideia foi tema de conversa entre os tucanos Geraldo Alckmin e Marconi Perillo. O Fórum Nacional é visto como uma vitrine para cacifar o paulista à disputa pelo Planalto em 2018.

Alvos O Tribunal de Contas de São Paulo quer ampliar para os 3.000 órgãos sob sua vigilância os mecanismos de fiscalização de contabilidade em tempo real. A medida será bandeira da gestão de Sidney Beraldo, que assume a chefia da corte nesta segunda (6).

Para já Assim que bater o martelo sobre a nova política de conteúdo local no petróleo, o governo vai antecipar para fevereiro a reunião do Conselho Nacional de Política Energética. Quer validá-la a tempo do leilão de setembro.

Deu praia Derrotado na eleição do Senado, que disputou em defesa “da moral e da honra”, José Medeiros (PSD-MT) pagou hotel de luxo com a cota parlamentar. No recesso, gastou R$ 2.400 num resort em Natal. E R$ 400 em uma boate em Querência (MT).

Custo-benefício O senador afirma que “não põe férias na conta da Casa”. Diz que prefere hospedagens bem localizadas, mas “procura não exorbitar” no gasto. A boate, sustenta, era o único local para comer aberto no horário.

DNA Sobre a possibilidade de Jovair Arantes (PTB-GO) partir para o enfrentamento ao governo Michel Temer após a derrota na eleição da Câmara, um aliado nota: ele era PMDB no governo Sarney, PSDB na era FHC e virou PTB após a eleição de Lula.

Sem dó Caciques da base aliada estão compadecidos da situação de André Moura, líder do governo na Câmara. Sua saída do cargo já era mesmo dada como certa. Não precisava ter sido achincalhado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, avaliam.

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Que fase Nem o ministro das Comunicações tem escapado dos problemas no setor. O conjunto de prédios em que mora Gilberto Kassab, na zona oeste de São Paulo, ficou a semana inteira sem sinal nas linhas de telefone fixo.

Duas rodas A Prefeitura de São Paulo tem monitorado dados da CET para identificar causas dos acidentes nas marginais: de 25 de janeiro a 4 de fevereiro, 83% das ocorrências com vítimas — 41 no total — envolveram motos.

 


TIROTEIO

Enquanto os Estados Unidos trabalham para erguer muros, nós, aqui no Brasil, estamos batalhando para construir pontes.

DO MINISTRO MARCOS PEREIRA (INDÚSTRIA), sobre a política externa do novo presidente americano, Donald Trump, e a agenda bilateral Brasil-Argentina.


CONTRAPONTO

O presidente amigo da onça

Rodrigo Maia recebia os cumprimentos pela vitória na Câmara na quinta (2), em um restaurante em Brasília. Entre seus convidados estava o comunista Orlando Silva.

— Vou te nomear para comandar a comissão da reforma trabalhista! — provocou o presidente reeleito.

— Quer me ajudar ou me derrubar? — retrucou o deputado, que, logo depois, passou seu celular para Maia.

Era Aldo Rebelo, também do PC do B, querendo parabenizá-lo. Ao ser informado da brincadeira, o ex-ministro de Dilma e Lula sentenciou, ainda pelo telefone:

— Rodrigo, você foi muito bem ao convidar Orlando para a comissão. E ele foi ainda melhor ao recusar!