Diante de desgaste do acordo com base de Temer, PT avalia lançar candidatura solo à Câmara

Painel

Tchau, queridos Diante do desgaste interno, a cúpula do PT já fala em recuar nas negociações sobre a eleição para presidência da Câmara e não apoiar nenhum dos dois principais candidatos, ambos identificados com a deposição de Dilma Rousseff — Rodrigo Maia é do DEM, um dos principais artífices do impeachment, e Jovair Arantes relatou a ação de cassação. O apoio do PT ao vencedor daria à sigla uma vaga na direção da Casa. Paulo Teixeira (PT-SP) é o mais cotado a assumir a candidatura solo.

Vade retro “A probabilidade de apoiar o Rodrigo é menor. O apoio a Jovair já foi maior, mas caiu também. André [Figueiredo, candidato do PDT] chutou nossa canela, atrapalhou bem”, diz o líder do PT, Carlos Zarattini (SP).

Tão 2016 A candidatura de Teixeira daria palanque à sigla para reforçar contra Temer o discurso do “golpe” — e estimularia Maia e Jovair a flexibilizar a negociação com a sigla. A decisão deve ser tomada na terça-feira (31).

Acredite se quiser O PT de São Paulo e movimentos sociais ligados ao partido farão, na segunda-feira (30), o ato “Petista não vota em golpista”, contra a decisão da legenda de apoiar candidatos da base de Temer à presidência da Câmara e do Senado.

Te direi que és O ato tem apoio de 25 dos 27 presidentes do PT de SP. Em carta aos parlamentares, dizem: “Nada justificará um acordo no momento em que os golpistas atacam a soberania nacional, a ordem democrática e os direitos dos trabalhadores”.

Carne de pescoço Animados com a liminar que chegou a impedir, por dois dias, a postulação de Maia à reeleição, rivais do presidente da Câmara entraram com ações semelhantes na Justiça Federal de primeiro grau em outras duas jurisdições.

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Whey protein De saída da liderança do PSDB, Antonio Imbassahy, 68, rendeu-se aos cabeças pretas da bancada tucana na Câmara: começou a frequentar a mesma academia onde a turma mais jovem do grupo vai malhar.

Sem pressão Diante do diz que diz em sentido contrário, o PSDB manda recado ao Planalto: espera a confirmação da data para enviar os convites da posse de Imbassahy na Secretaria de Governo.

Registros Caso seja nomeado para o Supremo, Ives Gandra Filho não será o primeiro adepto da Opus Dei na corte. O ministro José Geraldo Rodrigues de Alckmin, tio do governador de SP, ocupou o posto de 3 de outubro de 1972 a 6 de novembro de 1978.

Veja bem Interlocutores de Gandra Filho lembram que Rodrigues “não era alguém reacionário”. Como corregedor-geral da Justiça de SP, apoiou o então procurador Hélio Bicudo na condenação de integrantes do Esquadrão da Morte, organização paramilitar dos anos 1970.

Cri cri cri cri A Secretaria de Políticas para Mulheres de Michel Temer silenciou sobre o trecho do artigo em que Gandra Filho, cotado para a vaga de Teori Zavascki, defende a submissão feminina.

Deixa assim Questionada desde quarta (25), tanto a secretária Fátima Pelaes (PMDB) quanto a pasta — que tem como um dos objetivos trabalhar pela autonomia das mulheres — preferiram não externar uma posição sobre a possibilidade de o Executivo indicá-lo para o STF.

Conterrâneo O desembargador João Pedro Gebran Neto, que integra a turma que revisa as decisões de Sergio Moro na Lava Jato, tem o apoio do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), para ser indicado ao Supremo.

Franca campanha Nesta sexta-feira (27), Gebran esteve no Espírito Santo e, ciceroneado pelo deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), foi recebido pelo governador do Estado, Paulo Hartung. “Ele tem méritos e posturas que o qualificam para esta vaga”, defendeu o parlamentar.


TIROTEIO

Fazer um acordo para apoiar um candidato que atuou a favor do golpe é reforçar uma institucionalidade perversa.

DO EX-MINISTRO TARSO GENRO, sobre o PT fechar um acordo político com a base de Michel Temer para as eleições da presidência da Câmara e do Senado.


CONTRAPONTO

Tarja preta

No discurso da vitória da eleição que o conduziu à presidência da Câmara, em julho do ano passado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) brincou com o fato de ser emotivo:

— Não sei nem como não chorei no discurso!

Lembrou, então, que os colegas de campanha, conhecendo esse traço de sua personalidade, aconselhavam:

— Tome calmante, você não vai aguentar!

Emocionado em sua primeira fala já como novo presidente da Casa, o deputado fluminense acabou confessando, arrancando risos dos deputados no plenário:

— Eu acho que eu aguentei, mas precisei tomar três calmantes!